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Senador Rogério Marinho é condenado pela Justiça e pode perder mandato e direitos políticos

Ex-ministro de Bolsonaro teve condenação confirmada pela Justiça do Rio Grande do Norte por caso de 15 anos atrás

Senador Rogério Marinho foi condenado pela Justiça do Rio Grande do Norte

O senador Rogério Marinho (PL-RN) foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, corre o risco de perder o mandato e ficar inelegível pelos próximos oito anos. A sentença é do juiz Bruno Montenegro Ribeiro Dantas.

Marinho foi ministro de Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro e disputou a presidência do Senado neste ano - sendo derrotado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (2), disse que irá recorrer e continuará o mandato como senador até o final.

Veja: Condenado, Rogério Marinho diz que seguirá senador até 2031: ‘para desespero de alguns’

De acordo com a sentença, Marinho foi condenado pelo emprego de funcionários fantasma quando era vereador e presidente da Câmara Municipal em Natal, há cerca de 15 anos.

Durante seu mandato, Rogério Marinho teria nomeado uma servidora que não trabalharia no Legislativo municipal. Entre outubro de 2005 e novembro de 2006, ela teria recebido pouco mais de R$ 13 mil em cotação da época.

Em depoimento, ela teria confirmado que nunca trabalhou na Câmara de Vereadores de Natal e que trabalhou em uma clínica que pertencia a Rogério Marinho.

“Que a declarante nunca trabalhou na Câmara de Vereadores de Natal; Que o declarante prestou serviços numa clínica pertencente ao então vereador Rogério Marinho no período de 2004 a fevereiro de 2007; Que esta clínica funcionava na Cidade da Esperança”, diz trecho do depoimento citado na decisão.

De acordo com o juiz Ribeiro Dantas, as provas levantadas pelo Ministério Público “demonstram a prática de ato de improbidade que findou causando dano ao erário municipal”.

“Sem delongas, denoto que a instrução processual trouxe à luz do dia o fato de que o demandado incluiu , “de fachada”, a servidora ANGÉLICA, a qual não tinha ciência do vínculo mantido com a Casa Legislativa e jamais chegou a exercer, regularmente, as atribuições dos cargos para os quais foi nomeada, o que evidencia a má-fé e o dolo que revestem a conduta do réu”, diz trecho da decisão.

Ainda conforme a sentença, Rogério Marinho deve perder a função pública que esteja ocupando - ou seja, o cargo de senador -, além da suspensão dos direitos políticos por oito anos, além de pagamento de multa.

O que diz Rogério Marinho?

A assessoria jurídica do senador Rogério Marinho enviou uma nota sobre o assunto na tarde desta sexta-feira (2). Confira na íntegra:

A respeito da noticiada sentença proferida contra o Senador Rogerio Marinho, em respeito à opinião pública é que se esclarece:

O Senador respeita, mas não concorda com as conclusões da Justiça de que seria ato de improbidade a contratação de médica para atender a população carente gratuitamente, por esse atendimento não ser prestado nas dependências da Câmara Municipal de Natal. Não há acusação de apropriação de dinheiro, nem de que o serviço não era prestado.

Por essa razão, é descabida a condenação em uma ação, cuja a iniciativa, inclusive, se encontra prescrita de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa.

O Senador, confiante na sua inocência, recorrerá da decisão para combatê-la no foro adequado, que é o do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.