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Condenado, Rogério Marinho diz que seguirá senador até 2031: ‘para desespero de alguns’

Ex-ministro de Bolsonaro respondeu sobre condenação à perda do cargo público e dos direitos políticos pela Justiça do RN

Rogério Marinho diz que irá recorrer de decisão da Justiça do Rio Grande do Norte

Condenado por uma decisão de primeira instância da Justiça de Natal, no Rio Grande do Norte, o senador e ex-ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro, Rogério Marinho (PL-RN) minimizou a decisão judicial e garante que seguirá como senador até o final de seu mandato, que termina em janeiro de 2031.

Em uma decisão publicada na última quarta-feira (31), o senador foi condenado à perda do cargo público e dos direitos políticos pelos próximos oito anos. A sentença é do juiz Bruno Montenegro Ribeiro Dantas e ainda cabe recurso.

Veja mais: Senador Rogério Marinho é condenado pela Justiça e pode perder mandato e direitos políticos

“Quero tranquilizar meus eleitores no estado do Rio Grande do Norte, que receberam essa informação, os prefeitos, senadores da oposição que me honraram com a condição de líder da oposição no Senado. Nós vamos continuar como senador da República por mais sete anos e sete meses, tempo que remanesce para o término do mandato”, afirmou.

“Isso para desespero de alguns - que se regozijaram com o processo de ontem, nossos adversários naturais no processo político”, completou.

Marinho concedeu entrevista coletiva sobre o assunto nesta sexta-feira (2), quando minimizou a sentença e disse que uma servidora contratada por ele em 2006, quando ocupava o cargo de presidente da Câmara Municipal de Natal, não era “funcionária-fantasma”.

“O juiz da 1ª instância entendeu que o fato de, como presidente da Câmara Municipal de Natal, eu ter contratado uma médica para prestar serviços para a população pobre da cidade de Natal, mesmo ela tendo, nos autos, dito que recebeu seu salário e prestou seus serviços, ele entende que o ato me beneficiou e me condena por improbidade administrativa”, afirmou.

Marinho disse, ainda, que o crime teria prescrito e, por isso, ele não poderia ser condenado.

“A ação ocorreu em 2014, oito anos após o término do meu mandato como vereador de Natal e, a condenação, em 2023. A Lei de prescrições, a lei anterior, de quando começou o processo, definia cinco anos como prazo prescricional e, a atual, oito anos”, disse.

O senador Rogério Marinho disse, ainda, que irá recorrer da decisão.

Entenda a decisão que condenou Rogério Marinho

O senador Rogério Marinho foi condenado por improbidade administrativa na última quarta-feira (31), por decisão de um juiz da primeira instância da Justiça do Rio Grande do Norte, seu estado natal. Segundo a sentença, quando vereador e presidente da Câmara Municipal de Natal, Marinho contratou uma “funcionária fantasma”, o que causou prejuízo aos cofres públicos.

Segundo a Justiça, o hoje senador nomeou uma servidora que, na prática, não trabalharia no Legislativo municipal. Entre outubro de 2005 e novembro de 2006, ela teria recebido pouco mais de R$ 13 mil - em cotação da época.

Em depoimento, ela teria confirmado que nunca trabalhou na Câmara de Vereadores de Natal e que trabalhou em uma clínica que pertencia a Rogério Marinho.

“Que a declarante nunca trabalhou na Câmara de Vereadores de Natal; Que o declarante prestou serviços numa clínica pertencente ao então vereador Rogério Marinho no período de 2004 a fevereiro de 2007; Que esta clínica funcionava na Cidade da Esperança”, diz trecho do depoimento citado na decisão.

De acordo com o juiz Ribeiro Dantas, as provas levantadas pelo Ministério Público “demonstram a prática de ato de improbidade que findou causando dano ao erário municipal”.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.