O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), defendeu o trabalho realizado pela CPI do Abuso de Poder, que investiga, entre outras coisas, se houve irregularidade em um perdão de dívida de IPTU concedido pela prefeitura ao ex-prefeito, Alexandre Kalil (PSD).
Na sexta-feira (12), Kalil disse em entrevista ao ser questionado sobre tema que “isso aí é coisa muito miudinha, isso não interessa para a população”. A declaração foi dada à rádio FM O Tempo.
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“É impressionante como ele vai, numa sexta-feira como essa, falar uma série de absurdos. A CPI não é miúda não, pelo contrário, é graúda. A CPI tem mostrado, por exemplo, que um imóvel em nome do Alexandre Kalil que estava desaparecido, muito entre aspas, fez a prefeitura voltar atrás no perdão das dívidas”, disse Gabriel Azevedo em resposta ao ex-prefeito.
“Tinham perdoado ele de dívidas de um imóvel que ninguém encontrava. A CPI encontrou. Ainda, também através do trabalho da vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo), o ex-prefeito devolveu ao município valores de dívidas trabalhistas das empresas dele que a prefeitura tinha assumido”, acrescentou o presidente da Câmara.
Na sexta-feira, Gabriel Azevedo declarou que atualmente Kalil é “só um derrotado”, mas que “em breve ele também vai ser um condenado”. Questionado para explicar a declaração além da CPI, o vereador citou a
“O trabalho de fiscalização do Legislativo funciona. O que não funciona mais é esse estilo de fazer bravata do Alexandre Kalil”, concluiu Gabriel Azevedo.
Na entrevista, Kalil também afirmou que “quem tem medo do Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Federal é bandido, que não é meu caso”. O ex-prefeito fez uma referência à vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo), que é relatora da CPI, para criticar os trabalhos da comissão. Ele não a citou diretamente.
“Descobriram que quem levantou o IPTU do imóvel que não é meu e se for meu eu tenho R$ 4 milhões para receber, foi o cunhado do procurador que é advogado do [Partido] Novo, que deve ter passado para essa moça aí, que esqueço o nome dela… mas vamos falar de coisa grande, que isso é coisa miúda, isso não interessa pra população”, declarou o ex-prefeito.
Em resposta, Fernanda Pereira Altoé afirmou que a CPI é um instrumento legítimo e que muitas vezes políticos confundem interesses pessoais com uma atuação pública.
“No caso da CPI do Abuso de Poder, isso não partiu simplesmente de um interesse pessoal de algum vereador ou de algum tipo de revanchismo, muito embora sempre queiram classificar dessa forma quando está se chegando bem perto da verdade”, disse ela.
“Desde o final de 2021, quando o Conselho de Ética me negou respostas a respeito de uma obrigação de informar os processos que respondia e sobre a evolução patrimonial do ex-prefeito Alexandre Kalil, que eu comecei a investigar a respeito das dívidas de IPTU dele e a respeito dos processos que ele responde”, acrescentou Altoé.