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Zema diz preferir teto de gastos a arcabouço fiscal e pede punição por descontrole

Governador de Minas Gerais está nos Estados Unidos e participou, nesta terça (9), de encontro do Lide

Nos EUA, Zema defendeu teto de gastos de Michel Temer e diz que arcabouço fiscal precisa ser debatido no Congresso

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse nesta terça-feira (9) preferir o teto de gastos, do governo de Michel Temer, ao arcabouço fiscal, proposto pelo governo Lula. Em Nova York, nos Estados Unidos, onde participou de encontro do Lide junto a outras autoridades políticas brasileiras, Zema avaliou que o projeto precisa passar por alterações no Congresso - e pediu a inclusão de punições para governantes que excederem na previsão de gastos.

“A questão do gasto governamental precisa ser controlado. Um governo que não tem recursos, não vai fazer, adequadamente, a sua missão, que é gerar desenvolvimento e empregos”, disse Zema em entrevista a jornalistas após o evento.

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Segundo o governador mineiro, o arcabouço fiscal precisa ser mais discutido no Congresso Nacional.

“A questão do arcabouço precisa ser muito bem discutida e ter mecanismos em que, caso o gasto supere o previsto, haja uma correção imediata e punições. Caso contrário, como sabemos, a classe política e o poder público como um todo, sempre tem a propensão a gastar mais que o previsto, algo quase que natural no setor público”, disse.

Ainda de acordo com Zema, ter as contas públicas em dia é o que vai fazer com que “a taxa de juros caia”. “Uma coisa leva a outra”, afirmou.

A taxa básica de juros é o principal ponto de entrave entre a equipe econômica do governo federal e o Banco Central - que mantém o índice em 13,75% e cuja ação é alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Teto de gastos ou arcabouço fiscal?

Ainda de acordo com Zema, na entrevista coletiva, o teto de gastos, aprovado pelo governo de Michel Temer em 2016, é melhor que o arcabouço fiscal proposto pelo governo Lula neste ano. O governador, no entanto, diz que o mecanismo poderia abrir exceções para investimentos.

“Ele já está pronto, poderíamos usar o teto de gastos que está pronto e simplesmente termos ali um tratamento especial para investimentos em rodovias e outros investimentos que passam a fazer parte de um ativo. Eu julgo esse caminho mais adequado, mas eu não sou congressista. Essa é uma avaliação como gestor do estado de Minas Gerais”, completou.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.