O Governo de Minas lançou, nesta terça-feira (9), um projeto para atrair investidores para exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha. O “Vale do Lítio” foi apresentado, oficialmente, na Nasdaq, em Nova York, durante visita do governador Romeu Zema (Novo) aos Estados Unidos.
De acordo com Zema, empresas que quiserem investir na região terão apoio do estado, seja no desembaraço junto à Secretaria de Estado da Fazenda ou no licenciamento ambiental.
“A Secretaria de Meio Ambiente será criteriosa e vai analisar todos os casos. Se não aprovar, terá que dizer o por que, o que deve ser adequado. Para tudo há solução, exceto para a morte”, disse.
Zema disse, ainda, que os “investimentos estão chegando” e que o objetivo do governo não é apoiar uma atividade extrativista, mas de beneficiamento do mineral para agregar valor ao produto na região e gerar desenvolvimento.
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“Estamos indo por etapas. Estamos começando pela extração do minério, beneficiamento, agregar valor, purificar o minério e já iniciamos contatos preliminares para as empresas que possam estar fabricando as baterias”, disse. Nesta semana, a comitiva do Governo de Minas se reuniu com a gigante chinesa BYD, que possui investimentos em outras regiões do país, como Campinas (SP) e Manaus (AM) para a instalação de uma planta industrial na região.
“Um atrativo vai chamando o outro. Quando você sobe um degrau, você sempre tem uma visão maior. Estamos começando já acima do básico, não estamos vendendo o minério sem beneficiamento. Ele está tendo processamento, agregando valor. E, chegando na bateria, um passo seguinte seria a fabricação de carros elétricos, sim”, respondeu Zema, ao ser questionado sobre a intenção de atrair indústrias de produção de carros elétricos.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, disse que o lançamento do ‘Vale do Lítio’ foi um gol de placa do Governo do Estado, em Nova York.
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“Minas Gerais se insere no contexto global de atração de investimentos e com a melhor temática possível, a da transição energética. Caso a gente consiga atrair muitos investidores, vamos mudar a realidade da região mais pobre, que é o Vale do Jequitinhonha e, depois, do Norte de Minas. O potencial do Vale do Jequitinhonha é astronômico”, afirmou.
Roscoe disse, ainda, que o objetivo do governo com a atração dos investidores é instalar as empresas e criar uma legislação específica para o Vale do Jequitinhonha, “para que as empresas possam assumir compromisso de sustentabilidade” e aumentar a arrecadação de impostos.
“Podemos criar uma área única em que o licenciamento vai ser célere e, com isso, impactar o maior número de pessoas possível e gerar emprego e renda para essa região”, completou.