‘Se passar, talvez esse seja meu ultimo mandato’, diz Eduardo Bolsonaro sobre PL das Fake News

Deputado diz que projeto de lei é ‘narrativa e que esquerda tenta ‘atacar’ redes sociais

Eduardo Bolsonaro se manifestou contra aprovação do PL das Fake News

Em meio às discussões sobre a votação do PL das Fake News na Câmara Federal, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que, caso o projeto passe no Legislativo, esse poderá ser seu último mandato. Em entrevista à Itatiaia nesta terça-feira (2), o parlamentar, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diz que o projeto de lei é uma “narrativa” do governo federal para “atacar” redes sociais.

“Para mim, essa é uma narrativa para tentar impor, para atacar aquele ponto que a esquerda é mais fraca, que é a rede social. Se esse projeto passar, talvez esse seja meu ultimo mandato”, afirmou.

Eduardo tem pressionado contra a votação do Projeto de Lei 2630, que está na pauta de votação da Câmara dos Deputados. Segundo ele, a argumentação do governo, de que o projeto ajudaria a coibir a disseminação de notícias falsas e auxiliaria no combate ao crime gestado dentro das plataformas digitais, é falsa e que há outras alternativas para reduzir a criminalidade.

“Sou contrário a esse PL. Ele não foi pedido pela sociedade, há outras pautas. Ainda mais se quiser falar em proteger as nossas crianças. Eu iria pelo [combate ao] desencarceramento. Quanto mais tempo o criminoso estiver na cadeia, menos tempo ele terá para delinquir na sociedade”, defende.

O apoio ao PL das Fake News ganhou tração, por parte do governo federal, com a recente onda de ameaças e ataques a escolas - sobretudo depois que um homem invadiu uma creche e matou quatro crianças em Blumenau (SC) e um aluno esfaqueou uma professora em São Paulo.

Responsabilidade das redes sociais

Na ocasião, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse que os ataques estavam sendo gestados nas plataformas digitais e que as empresas deveriam se responsabilizar em retirar conteúdos que propagassem discurso de ódio e incentivassem esse tipo de ataque. No caso de São Paulo, por exemplo, o adolescente que matou a professora compartilhou fotos com armas e disse que realizaria o ataque na instituição de ensino.

No último dia 12 de abril, Dino revelou que operações envolvendo autoridades do Maranhão, Goiás e São Paulo identificaram grupos de jovens ligados a movimentos neonazistas que estariam “assediando” outros jovens para propagarem discurso de ódio e ameaças contra escolas. Um grupo foi apreendido em Goiás e em São Paulo.

“As polícias estaduais agiram, houve apreensão de menores, busca e apreensão e o que foi encontrado? Suástica nazista, arma... é isso que está na base”, afirmou na ocasião.

Para Eduardo Bolsonaro, no entanto, a rede social é um “meio” para o cometimento de crimes, mas que a solução seria manter um funcionário armado dentro das escolas.

“Acho que a internet pode ser o meio, mas e daí? Se os bandidos começarem a usar o celular, vai controlar tudo o que se fala? Estamos caminhando para um regime controlador como o da China”, diz.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.

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