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Prefeito e presidente da Câmara de BH batem boca no Twitter sobre subsídio para empresas de ônibus

Indefinição envolvendo reajuste da tarifa, melhoria do serviço e cancelamento dos contratos de ônibus aprofunda crise entre os Poderes

Com o impasse envolvendo a solução para os problemas do transporte público de Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) e o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido) bateram boca, pelo Twitter, nesta sexta-feira (14).

Fuad acusa o vereador de espalhar “mentiras teatrais” e atrasar a tramitação de um projeto de lei que concede um novo subsídio de R$ 476 milhões para as empresas que operam o transporte público na capital mineira.

Segundo o prefeito, o projeto é “crucial” para evitar que a passagem de ônibus passe dos atuais R$ 4,50 para R$ 6,90 - conforme pedem as empresas de ônibus, alegando um congelamento de cinco anos na tarifa do transporte público.

Também pela rede social, Gabriel rebateu o prefeito e disse que a proposta se trata apenas de repassar “meio bilhão de reais para os empresários e só".

Indefinição sobre ônibus aprofunda crise entre PBH e Câmara

O bate-boca entre Fuad e Gabriel em uma rede social é consequência de um comentário feito pelo prefeito no início da manhã de hoje. Ao cumprir uma agenda na comunidade Dandara, região da Pampulha, o prefeito de Belo Horizonte definiu como “precipitação inadequada” a ação do vereador em definir um rito processual para cancelar o contrato entre a prefeitura e as empresas de ônibus.

“Querer fazer isso é simplesmente querer atrapalhar a vida da cidade. Estou muito tranquilo com relação a isso e estamos acompanhando. Se eu parar os ônibus hoje, a cidade para e vou gastar um ano para recuperar os ônibus. Então temos que encontrar soluções calmas e ponderadas, em benefício da cidade e não em interesse pessoal”, disse Fuad sobre Gabriel na ocasião.

Por sua vez, o parlamentar comparou o prefeito ao apresentador de televisão Silvio Santos, autor do quadro “Quem quer dinheiro?”.

“O prefeito acha que Belo Horizonte é um programa de auditório e que ele é o Silvio Santos para jogar dinheiro para os empresários de ônibus sem pensar na população. Ele quer meio bilhão de reais para deixar tudo como está. Precipitação? Oras, ele teve um ano com subsídio emergencial para mudar o contrato”, afirmou Gabriel, em mensagem enviada à reportagem da Itatiaia.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
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