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‘Se o prefeito não anular o contrato com as empresas de ônibus, eu anulo’, diz Gabriel Azevedo

Em sessão que teve a presença do prefeito Fuad Noman, o presidente da CMBH deu prazo para que PBH anule contrato com concessionárias

Presidente da CMBH, vereador Gabriel Azevedo, afirmou que vai anular contrato com empresas de ônibus até dia 2 de maio

O presidente da Câmara Municipal de BH, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), afirmou nesta segunda-feira (3), ao prefeito Fuad Noman (PSD) que, caso a prefeitura não anule o contrato com as empresas de ônibus, ele mesmo vai anular.

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“Diante de tantos problemas, vossa excelência pode cancelar o contrato de imediato. Vossa senhoria tem o interesse de cancelar esse contrato ou, de acordo com o MP de Contas, fechar os olhos diante da corrupção? Porque se vossa senhoria não anular esse contrato, eu anuncio diante de todos que estão aqui, e sou homem de guardar minha palavra, no dia 2 de maio, se o senhor não anular esse contrato, anulo eu”, afirmou Gabriel.

Na semana passada, o vereador enviou ofício à PBH com relatório do Ministério Público de Contas recomendando a anulação do atual contrato de transporte coletivo.

“Essa Câmara Municipal passará a atuar pela nulidade desse contrato, porque chega de empresário de ônibus achar que manda nessa cidade. Pode continuar mandando na prefeitura, na Câmara Municipal, não”, afirmou o presidente da Câmara diante de Fuad.

O vereador relembrou os trabalhos da CPI da BH Trans e disse que as irregularidades no contrato da prefeitura com as empresas de ônibus ficaram escancaradas.

“A CPI da BHTrans chegou a conclusões muito claras: o contrato de ônibus de 2008 é fruto de um cartel. Não é mais eu acho, é certeza. Os consórcios que concorreram fizeram seus documentos no mesmo computador, os registros foram feitos no cartório em um intervalo de 15 minutos. Tudo montado para colocar muito dinheiro no bolso dos empresários”,afirmou Gabriel.

O prefeito afirmou ainda não analisou o documento enviado por Gabriel, mas apontou a preocupação com uma paralisação no serviço de transporte coletivo da capital.

“Vou analisar o documento da Câmara hoje com advogados e com a procuradoria e se for um documento definitivo, vamos ter que encontrar uma solução para o sistema não parar. Se eu chegar a conclusão que não é possível, não vou fazer, porque não podemos parar a cidade”, disse Fuad Noman.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o Setra-BH, empresa que representa as concessionárias dos ônibus em BH, para comentar as declarações de Gabriel Azevedo, mas até o momento não teve resposta.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.