A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), disse aguardar o Governo de Minas para voltar a discutir uma mudança no traçado do Rodoanel Metropolitano, cujo leilão foi vencido por um consórcio italiano em 2022.
Em entrevista à Itatiaia, a prefeita afirmou que, sem uma nova proposta por parte do Estado, os municípios de Contagem e Betim não darão aval para as obras dentro de seus limites.
“Até hoje esse contrato não foi assinado com a empresa italiana que ganhou o leilão. O que vai acontecer é: se assina o contrato, entra com pedido de Licença Prévia e, a partir daí, [o governo estadual] tem que providenciar uma série de documentos. Um deles depende de Contagem e Betim e, com esse traçado, a nossa posição é de não emitir esse certificado que dá anuência do município com relação a esse projeto”, explica a prefeita.
Marília Campos disse, ainda, ser favorável à construção do Rodoanel como alternativa ao Anel Rodoviário, mas que o traçado apresentado pelo governo de Romeu Zema (Novo) prejudica os municípios de Contagem e Betim e poderá trazer consequências graves para as duas cidades.
“No caso de Contagem, o Rodoanel trará um prejuízo muito grande. O traçado corta a bacia de Vargem das Flores, que sustenta o espelho d'água que abastece Betim e Contagem. Estamos falando de 700 mil pessoas que dependem disso”, disse Marília. “Com esse traçado, as chances de secarem as nascentes e ter desabastecimento no futuro é grande”, explica.
A prefeita diz, ainda, que acionou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o Ministério Público estadual e o Tribunal de Contas do Estado.
“Estamos aguardando nos chamarem para sermos ouvidos e discutir outro projeto para o Rodoanel”, afirmou.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), que informou que o contrato com a empresa italiana vencedora do leilão será assinado em março e que “a pasta manterá o diálogo com todos os interessados, realizando todas as reuniões necessárias com as prefeituras da RMBH”.
