O vereador Jorge Santos (Republicanos) nega ter assediado sexualmente uma funcionária terceirizada da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). O caso foi revelado pela mulher nessa quarta-feira (19). Em contato com a Itatiaia, o parlamentar disse ainda que a motivação para as acusações é política, uma vez que o pai da denunciante, Carlos Alberto Rodrigues, conhecido como Pitangui do Esporte, do mesmo partido do parlamentar, seria suplente dele na Casa Legislativa.
“Esse é um assunto muito sensível e eu não queria expor a pessoa, mas essa é uma informação importante: quem está me acusando é a filha do primeiro suplente do meu partido. O pai dela teve 840 votos e pode se tornar vereador caso essa mentira prospere”, disse Santos nesta quinta-feira (20).
O parlamentar disse ainda que tem as mensagens trocadas com a funcionária.
A advogada Cláudia Castelo Branco Santos Schloegl, que representa a mulher que acusa o vereador de assédio, afirma que a justificativa do vereador é “despropositada” e que há vasta documentação sobre o assédio.
“Nesse sentido, não se pode olvidar que diurnamente o que se verifica em todo o país, e na maioria das vezes, impunimente, é a gravidade do assédio, sobretudo, sexual que mulheres passam em seus ambientes de trabalho, neste caso, perpetrada de forma inadmissível por um vereador”, afirmou em nota de esclarecimento encaminhada à reportagem.
Ela diz ainda que já houve instauração de inquérito por parta da Polícia Civil e que espera que ele seja punido.
“Ao término das investigações, e, notadamente, respeitado o devido processo legal, têm-se convicção de que restará sobejamente comprovado o cometimento do crime em mote por parte do denunciado, o qual espera-se, sofra sanções em todas as esferas cabíveis por medida de Justiça”, afirmou.
Entenda o caso
A Polícia Civil investiga a denúncia de assédio sexual e está com o celular da funcionária. À PC, o vereador informou que iria se manifestar por meio dos advogados. Jorge Luiz dos Santos foi reeleito para o terceiro mandato parlamentar com 7.691 votos. A vítima contou que os episódios de violência começaram depois que ela pediu ajuda do parlamentar para providenciar o corte de uma árvore.
“Eu mandei uma mensagem para o vereador solicitando uma poda de árvore e ele achou que essa era uma abertura para me assediar”, contou. “Ele começou a me mandar mensagens por volta de 23 horas, 0 hora... Uma hora ele falou que queria ter uma conversa comigo, mas que essa conversa não poderia ser dentro da Câmara”, completou.
Foi então que, conforme a funcionária, o vereador encaminhou o link com o endereço de um motel. “Ele disse que a conversa só poderia ocorrer em um local onde só eu e ele estivessem. Ele queria que essa conversa acontecesse em um motel. Foi então que ele me encaminhou um link”.
Em nota, a Câmara Municipal de Belo Horizonte informa que a denúncia foi protocolada na Presidência da Casa. Os documentos serão encaminhados para a Procuradoria Jurídica da Câmara, que, após análise formal, vai entregar o parecer para a Mesa Diretora. Não há prazo regimental estipulado.