O Partido Progressistas (PP), legenda do secretário da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL), Ciro Nogueira, entrou com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado André Janones (Avante), reeleito nas eleições deste ano.
O PP acusa Janones de divulgação de ‘fake news’ durante a campanha eleitoral deste ano. A representação é assinada pelo deputado Cláudio Cajado (PP), que alega que Janones quebrou o decoro parlamentar por divulgar “notícias caluniosas” em ato de má-fé e desonestidade. O parlamentar pede a cassação do mandato de seu colega.
“A representação do Progressistas ao deputado Janones, réu confesso de propagar ‘fake news’, foi apresentada ao Conselho de Ética. As instituições, agora, avaliem e julguem esses atos antidemocráticos”, afirmou Ciro Nogueira em publicação no Twitter.
Janones se manifestou sobre o assunto em uma ‘live’ divulgada em suas redes sociais nesta segunda-feira (17).
“Querem cassar o meu mandato. O ministro do Bolsonaro, Ciro Nogueira entrou com uma ação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados para cassar meu mandato, para eu deixar de ser deputado, para calarem a minha voz e vocês nunca mais terem representação dentro da Câmara dos Deputados”, disse.
Na live, Janones argumenta que a representação no Conselho de Ética veio à tona depois de ele ter divulgado vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que “pintou um clima” com meninas venezuelanas de 14 anos de idade quando ele andava de moto pelo bairro São Sebastião, em região administrativa do Distrito Federal.
“Tudo isso porque eu fiz uma denúncia com um vídeo real, mostrei as imagens do presidente da República Bolsonaro dizendo que pintou um clima entre ele e duas crianças e querem me fazer pagar o preço por isso”, disse Janones, exaltado em vídeo divulgado em suas redes sociais.
O que é o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados?
O Conselho de Ética é uma comissão formada por 24 deputados titulares e presidente pelo deputado federal Paulo Azi (União-BA). O órgão colegiado se reuniu por 12 vezes desde o início do ano - a última, em agosto -, mas ainda não tem reunião marcada para analisar o caso de Janones.