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Abrindo o Jogo: projeto que fixa ICMS pode resultar em fechamento de serviços de saúde em Minas

Presidente da Associação Mineira de Municípios, Marcos Vinícius Bizarro, também alerta sobre impactos da PEC Kamikaze

Marcos Vinicius Bizarro participou do Abrindo o Jogo desta segunda-feira

A lei que fixa o teto de 17% do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações pode provocar fechamento de serviços básicos de saúde, principalmente em municípios menores. O alerta é do presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcos Vinícius Bizarro (PSDB), entrevistado do Podcast Abrindo o Jogo desta segunda-feira (18).

Aprovada pelo Congresso, a PEC 122 que poderia evitar problema com propostas como a do teto será promulgada depois do recesso parlamentar. A proposta proíbe o Congresso de aprovar projetos que gerem despesas para os municípios sem que haja receita para arcar com os pagamentos.

Bizarro destaca que a fonte de recursos para saúde e educação, que é a arrecadação de ICMS, diminui com o teto. Por isso, a lei é inconstitucional e deve ser questionado no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Inconstitucional. Acho que vale, sim, ação no Supremo. Não estou tirando o mérito se é certo ou errado, se é bom ou não para a economia. Estou falando que a União interferiu numa coisa que não diz respeito a ela”, disse.

O presidente da AMM destaca ainda que, com o teto de 17%, os municípios não vão conseguir cumprir o mínimo constitucional da saúde e da educação.

“Não consegue fechar nos 15 e nem nos 25. Para continuar com a mesma qualidade de serviço, ele vai ter que aportar mais recurso, porque faltou uma fonte. Ele tem duas opções: ou ele gasta mais (porque ele também não sabe de onde vai tirar) ou ele fecha o serviço. Não tem outra opção. Principalmente os menores, que são a realidade de Minas Gerais, com mais de 80% dos municípios abaixo de 10 mil habitantes. Esses vão sentir muito mais, porque eles vivem normalmente desses repasses, tanto de FPM como de ICMS”.

Segundo ele, o corte vai afetar programas, alimentação, fornecimento de uniformes e reduzir no número de profissionais.

“Infelizmente, é não pensar no cooperativismo e pensar só no imediatismo. Essa Kamikaze fere tudo que a gente vê de lei, de responsabilidade fiscal, lei eleitoral. O que você imaginar ele fere.

2018

Sobre a situação dos municípios, Marcos Vinicius Bizarro afirmou que a dívida deixada pelo ex-governador Fernando Pimentel (PT) matou prefeitos e prefeituras.

“Acho que nós passamos um momento muito difícil em 2018, onde que a gente teve prefeito, sim, que suicidou, que renunciou, porque não aguentavam mais o cara na porta da casa dele batendo”.

No Abrindo o Jogo, gravado em áudio e vídeo dos estúdios de Brasília, Marcos Vinicius Bizarro fala também sobre a Lei Kandir, sobre as RP-9, que são as emendas do relator chamadas de orçamento do Congresso Nacional, e sobre o cenário político no Brasil.

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