Informar sobre saúde animal deveria significar levar informação a todos os tutores, inclusive aqueles que são surdos ou têm deficiência auditiva. De acordo com dados mais recentes do IBGE, no Brasil há mais de 10 milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva. Desse total, aproximadamente 2,3 milhões são surdos, com deficiência severa.
É muita gente. E isso torna evidente que sem tradução em Libras ou recursos visuais adaptados, grande parte dos tutores pode ficar sem acesso pleno a orientações vitais, como vacinação, vermifugação, nutrição ou reconhecimento de sinais de doenças em cães e gatos.
Quando a saúde animal é vista como parte de uma abordagem mais ampla de direitos, justiça e equidade, iniciativas como da empresa Special Dog Company, são importantes. A marca desenvolveu um projeto de acessibilidade para seus sites, implementando a leitura de tela para pessoas com deficiência visual e a tradução automática para Libras para pessoas com deficiência auditiva.
A comunicação inclusiva, de acordo com a Special Dog, reforça que todos os tutores, independentemente de condição sensorial, têm direito de entender, agir e cuidar de seus pets com autonomia.
A Itatiaia preparou uma lista de boas-práticas em acessibilidade para tutores surdos interessados no cuidado animal:
- tradução em Libras de conteúdos de orientação (vídeos, tutoriais, webinars) sobre rotina, saúde, comportamento e primeiro atendimento;
- uso de legenda e linguagem visual simples para auxiliar compreensão;
- estrutura de site acessível, com plugin ou recurso dedicado que permita ativar tradução em Libras ou intérprete virtual;
- abordagem consciente: fornecer todas as etapas, desde cuidados preventivos até emergências, em modo acessível;
- promoção de uma cultura de tutoria inclusiva, em que profissionais de saúde animal (veterinários, clínicas, ONGs) reconheçam e adaptem sua comunicação às necessidades dos tutores.