Quem convive há muitos anos com o mesmo gato, sabe que com o passar dos anos, o comportamento, o corpo e até a maneira como o felino se relaciona com o ambiente mudam.
Os sinais mais comuns dessa fase incluem menor disposição para brincar, sono mais prolongado, alterações no apetite e mudanças cognitivas, como confusão ou vocalização excessiva.
As transformações físicas também são frequentes: articulações mais rígidas, perda parcial de audição e visão, e dificuldade para saltar. E de acordo com a American Association of Feline Practitioners (AAFP), mais de 25% dos gatos com 11 anos ou mais apresentam algum grau de disfunção cognitiva, um tipo de “Alzheimer felino”.
Essas limitações fazem parte do envelhecimento e exigem empatia e pequenas mudanças no ambiente doméstico. Embora essa fase seja natural, especialistas chamam atenção para o cuidado e o acompanhamento veterinário necessário para evitar sofrimento e prolongar a qualidade de vida do pet.
Cuidados que fazem a diferença na rotina
Os gatos idosos podem viver bem e de forma ativa, desde que os tutores ofereçam suporte adequado para as necessidades específicas deles, como pequenas adaptações no espaço, na alimentação e na rotina diária.
A Itatiaia listou os principais pontos de atenção:
Ambiente: facilite o acesso aos locais de descanso, reduza a altura de móveis e ofereça caixas de areia com bordas baixas, próximas da área de convivência.
Saúde:leve seu gato para check-ups periódicos e exames de sangue, urina e pressão arterial. O acompanhamento veterinário costuma ser semestral nesta fase da vida, mas somente um veterinário poderá afirmar a periodicidade indicada para a saúde do seu felino.
Alimentação:consulte o veterinário sobre rações específicas para gatos seniores, que favorecem a digestão e preservam a massa muscular.
Estímulos cognitivos:brinquedos leves, arranhadores acessíveis e brincadeiras calmas ajudam a manter ativa a mente do gato.
Observe mudanças sutis:dormir demais, miar de forma diferente, urinar fora da caixa ou comer menos podem indicar dor ou confusão. Se for o caso, procure uma clínica veterinária, preferencialmente especializada em felinos.
Segundo a veterinária Heloísa Fonseca, em entrevista à Revista Crescer, “o bem-estar do gato idoso depende de empatia e observação. É o tutor quem percebe primeiro os pequenos sinais de desconforto”.
Por isso, o envelhecimento do gato é um convite para que tutores tenham paciência e cuidado. Após tantos anos de companhia e afeto, o bichano não merece apenas ter a vida “prolongada”, mas também confortável com as limitações que o envelhecimento felino traz.