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Primavera aumenta o risco de alergias nos gatos; saiba como reduzir os sintomas

Mudança de estação intensifica o contato com alérgenos e exige atenção redobrada dos tutores

Com ambiente limpo, alimentação equilibrada e acompanhamento veterinário, é possível garantir que o felino atravesse a estação das flores sem desconfortos

Para os gatos, a primavera pode ser desconfortável, pois os felinos, assim como os humanos, também sofrem com reações alérgicas que se intensificam durante o período de floração, por conta do aumento do pólen, da poeira e da umidade no ar. O resultado pode ser visível aos tutores: coceira, espirros, irritações na pele e até feridas decorrentes do incômodo constante.

O problema ocorre porque o sistema imunológico do gato reage exageradamente a substâncias do ambiente, conhecidas como alérgenos, liberando histamina e outras substâncias inflamatórias que provocam desconforto. A veterinária Ana Carolina de Souza destaca que “os principais problemas de saúde em pets durante a primavera são as alergias sazonais, provocadas por pólen, poeira e ácaros”.

Além disso, fungos e ácaros encontram nas casas fechadas e pouco ventiladas o ambiente ideal para se multiplicar. Em animais sensíveis, qualquer pequena exposição já é suficiente para causar reação.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) também alerta, em nota, que o clima mais úmido e quente favorece a proliferação de parasitas como pulgas e carrapatos, que podem piorar quadros de dermatite alérgica.

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Sinais e fatores que merecem atenção

Os gatos são conhecidos por serem “limpinho”, mas quando o tutor percebe lambeduras excessivas, queda de pelos, feridas na pele, espirros repetidos ou secreções oculares, é importante acender o alerta. Esses sinais podem indicar uma alergia ambiental, alimentar ou por picada de inseto.

Os sintomas tendem a piorar em animais que vivem em locais com muita vegetação, tapetes, cortinas ou acúmulo de poeira. Em casos mais graves, o felino pode desenvolver infecções secundárias e precisar de tratamento prolongado.

O CRMV-SP orienta que o diagnóstico correto deve ser feito por um veterinário, pois “somente um profissional pode determinar se o quadro é alérgico e indicar o tratamento adequado, que pode incluir mudanças na dieta, banhos específicos e controle ambiental”.

A veterinária Ana Carolina de Souza e concorda e reforça que o diagnóstico precoce e o cuidado contínuo são essenciais para garantir a saúde do pet durante as mudanças de estação”. Isso significa observar o comportamento do gato diariamente e adaptar a rotina para minimizar os gatilhos alérgicos.

Para ajudar o gato a passar pela primavera com conforto e bem-estar, o tutor pode adotar algumas medidas simples, mas eficazes. A Itatiaia listou as principais delas:

  • Manter o ambiente limpo e arejado, aspirando tapetes, cortinas e estofados com frequência e lavando mantas, camas e cobertores do gato semanalmente.
  • Evitar o contato com plantas tóxicas ou alergênicas, e substituir por espécies seguras para felinos, como camedórea e bambu-da-sorte.
  • Usar antiparasitários regularmente, conforme orientação veterinária, para prevenir picadas de pulgas e carrapatos.
  • Reduzir a exposição ao pólen e manter janelas fechadas nas primeiras horas da manhã e no fim da tarde, quando a concentração é maior.
  • Limpar as patas e a pelagem do gato após o contato com áreas externas, para retirar poeira, pólen e resíduos.
  • Evitar produtos com fragrâncias fortes, como desinfetantes e amaciantes, que podem irritar as vias respiratórias sensíveis dos gatos.
  • Levar o felino ao veterinário diante de qualquer sinal persistente de coceira, feridas, espirros ou secreção nos olhos e no nariz.
Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.