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Entenda o refluxo em cães, saiba reconhecê-lo e prevenir complicações

Os principais sinais incluem vômito, salivação excessiva, perda de apetite, engasgos e desconforto após comer

O tratamento geralmente é feito por mudanças alimentares, uso de medicamentos antiácidos e, em casos graves, cirurgia

O refluxo gastroesofágico, ainda pouco comentado, é um problema digestivo comum em cães que pode causar desconforto, inflamação do esôfago e até complicações respiratórias.

A condição ocorre quando parte do conteúdo gástrico volta ao esôfago, irritando sua mucosa.

“O refluxo ácido em cães é uma condição caracterizada pelo fluxo inverso incontrolável de fluidos gástricos ou intestinais. O ácido gástrico causa danos ao muco protetor que alinha o esôfago”, explica a PetLove em publicação sobre o tema.

Os sinais mais frequentes são:

  • Regurgitação ou vômito, principalmente logo após as refeições;
  • Lambedura dos lábios e engolir em seco;
  • Falta de apetite, perda de peso;
  • Salivação excessiva, tosse ou sinais de desconforto ao engolir;
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O GuiaVet alerta que essa condição “pode resultar em inflamação e até lesões no esôfago se não for tratada adequadamente. Pode também levar a complicações como pneumonia por aspiração”.

O diagnóstico começa com avaliação clínica e histórico do animal, seguindo até exames mais específicos. A endoscopia é considerada o padrão-ouro, pois permite observar lesões e regredir o refluxo.

“A endoscopia no cachorro é o melhor método diagnóstico para avaliar o estado do esôfago e a gravidade da esofagite”, ainda de acordo com a publicação.

O tratamento envolve mudanças na dieta, cuidados de manejo e uso de medicação.

As refeições passarão a ser menores e mais frequentes, com pouco teor de gordura e proteína. Também é comum que médicos-veterinários prescrevam medicamentos antiácidos, como inibidores de bomba de prótons (omeprazol) e antagonistas H₂ (famotidina, cimetidina).

A cirurgia é recomendada apenas em casos raros de hérnia de hiato ou megaesôfago avançado.

O Portal PetVetLove ressalta que “após o tratamento inicial e alteração da dieta, é aconselhável continuar a monitorar o refluxo gastroesofágico”.

Cuidados em casa e prevenção a longo prazo

Para evitar novos episódios e preservar a saúde digestiva, há medidas simples:

  • Divida a alimentação em várias porções diárias;
  • Ofereça alimentos com baixo teor de gordura;
  • Evite exercícios intensos logo após as refeições;
  • Eleve a tigela, especialmente para cães que comem rápido.

Em casos crônicos ou complicados, o acompanhamento contínuo é indispensável para prevenir esofagite persistente, ulceração ou aspiração pulmonar. Essas complicações podem agravar o estado clínico do pet.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.