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Câncer em pets: tratamento, como lidar e adaptações na rotina

Na prática, o processo começa com o diagnóstico, feito por exames de sangue, urina e imagem, por exemplo

Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e adaptações na rotina, é possível que o animal viva com dignidade, conforto e vínculo forte com o tutor

Receber o diagnóstico de câncer em um animal de estimação, principalmente aquele que convive com a família há anos, pode ser assustador e provocar medo e dúvida. Mas a boa notícia é que hoje, graças aos avanços da oncologia veterinária, muitas doenças antes consideradas terminais hoje permitem controle, tratamento e até remissão, o que torna o cuidado consciente e informado.

Na prática, o processo começa com o diagnóstico, feito por exames de sangue, urina, imagem (como raios-X e ultrassom), biópsia ou citologia. E com essas ferramentas é possível confirmar o tipo de tumor, o estágio em que ele está e se há metástase.

Com essas informações, o veterinário especializado em oncologia animal formula o plano de tratamento, que pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou cuidados paliativos. Em muitos casos, diz Idelvania Nonato, médica veterinária com especialidade em Patologia animal e professora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UniBH, a combinação de terapias dá ao pet maiores chances de qualidade de vida e longevidade.

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O que muda na rotina e como ajudar o pet

Quando o pet enfrenta o câncer, não é apenas o tratamento que importa, mas também as adaptações no dia-a-dia e apoio emocional. O portal da Petz destaca que, dependendo do tipo de câncer, saúde geral do animal, idade e tratamentos em andamento, as mudanças podem não ser simples.

Elas podem envolver maior número de consultas, exames de controle, adaptações no ambiente e no manejo doméstico. Sem falar do cuidado com quem cuida: o tutor pode enfrentar esgotamento físico e emocional, e o luto pode começar antes de um desfecho final.

Para apoiar o pet nessa jornada, o tutor pode adotar algumas práticas. A Itatiaia listou as essenciais:

- Comunicação aberta com o veterinário: siga o plano indicado, pergunte sobre efeitos colaterais, estilo de vida, alimentação adequada, medicamentos de suporte.

- Garanta locais tranquilos para descanso, ambientes seguros e confortáveis, livres de estresse e estímulos excessivos. E não se esqueça da higiene e conforto pós-cirurgia ou tratamento.

- Considere ajustar a alimentação por meio de uma dieta terapêutica, apoio nutricional, estimulantes de apetite se prescritos.

- Exercício moderado e supervisionados, de forma a respeitar os limites do pet, permitir passeios leves ou atividades seguras, e evitar esforço excessivo.

- Atenção aos sinais do corpo, como perda de apetite, apatia, feridas que não cicatrizam ou mudanças de comportamento.

- Ao se cuidar, lembre-se que se responsabilizar de um pet com câncer é emocionalmente desgastante; reserve pausas, apoio psicológico ou grupos de apoio se necessário.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.