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Apesar da baixa complexidade, pós-operatório de castração em gato exige atenção

Repouso, proteção e monitoramento são as chaves para uma recuperação tranquila e sem infecções

Um gato castrado vai depender de cuidados adequados nos dias seguintes à cirurgia, para prevenir complicações e proporcionar ao bichano uma recuperação tranquila.

A castração é um procedimento de muita importância para a saúde e o bem-estar dos gatos.

Além de controlar a população, a castração também ajuda a evitar desequilíbrios hormonais em fêmeas e comportamento agressivo em machos.

“E evita doenças como tumores mamários e de ovários, doenças uterinas como a piometra, hiperplasia prostática benigna e tumores prostáticos”, explica o veterinário Marcio Waldman, fundador e CEO da PetLove.

Apesar de ser comum, o pós-operatório de uma castração exige atenção especial dos tutores de gatos.

Um gato castrado vai depender de cuidados adequados nos dias seguintes à cirurgia, para prevenir complicações e proporcionar ao bichano uma recuperação tranquila.

“É importante manter o pet em repouso e evitar atividades como correr, pular ou brincar, pois podem comprometer a cicatrização”, diz Pollyana Dantas, diretora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de João Pessoa (PB).

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Cuidados essenciais para um pós-operatório tranquilo

A maioria dos gatos se recupera completamente entre 7 e 14 dias, mas o tempo pode variar conforme o tipo de cirurgia (escrotal ou abdominal).

Durante esse período, alguns sinais como sonolência, apatia leve e diminuição do apetite são normais e funcionam como reflexo dos efeitos da anestesia e do trauma cirúrgico.

Já o aparecimento de vômito persistente ou falta de evacuação e micção após 48–72 horas exige imediata atenção veterinária.

A cicatrização ocorre entre 7–12 dias. Nessas primeiras semanas, tutores podem notar inchaço leve ao redor da incisão, hematomas e até pequenas secreções. Mas elas não devem persistir além de 24 horas.

Cuidados diários recomendados pela Subsecretaria de Bem-Estar Animal (Subea) de Campo Grande (MS):

  • Repouso controlado: evitar escadas, saltos, brincadeiras intensas e manter o gato em ambiente calmo com caixa de areia por perto;
  • Proteção da ferida: mantenha o colar elizabetano ou roupa cirúrgica o tempo todo para evitar que ele lamba os pontos e cause infecção. A região precisar estar limpa e seca;
  • Nada de banho neste período, apenas uma higienização suave com gaze úmida se necessário;
  • Medicação conforme prescrição: administrar analgésicos e antibióticos com seriedade, no horário recomendado;
  • Monitoramento: verificar diariamente a ferida para identificar precocemente qualquer sinal de infecção. Se for o caso, o tutor deve procurar o veterinário;
  • Alimentação leve: ofereça pequenas porções após a cirurgia, com água fresca sempre disponível. Evite comidas pesadas e mudanças bruscas na dieta;
  • Acompanhamento profissional: marque retorno após sete–14 dias para avaliação, retirada de pontos e liberação gradativa das atividades.

O uso de cama macia ou caixa para transporte facilita o conforto do gatinho, principalmente se ele aparentar sensibilidade ao frio.

Se ocorrer constipação, o tutor deve monitorar o tempo de evacuação. Caso passe de 72 horas sem defecar, há risco de desidratação ou impacto digestivo, reforça Pollyana Dantas, diretora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de João Pessoa (PB).

Em situações de castração abdominal (fêmeas ou retenção testicular), os pontos podem ser internos e a recuperação tende a ser mais demorada: até 14 dias.

O tutor deve permanecer atento à febre, apatia intensa ou aumento da dor e acionar o veterinário caso identifique esses sinais.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.