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Engasgo de cães é uma emergência silenciosa, mas pode ser prevenida; saiba como

Cuidados simples no dia a dia evitam situações que podem colocar os pets em risco; tutores devem saber como agir em emergências

Uma recomendação que merece destaque é a de nunca empurrar o objeto ainda mais para dentro da boca ou garganta do cão e nem improvisar manobras sem orientação

O engasgo em cães é uma emergência sobre a qual os tutores quase não pensam, mas que pode acontecer a qualquer momento e colocar a vida do animal em risco em poucos minutos.

Assim como é necessário que pessoas aprendam a lidar com engasgos de seres humanos vulneráveis, como bebês e pessoas com algum quadro de saúde grave e evitar riscos, tutores devem saber reconhecer os sinais de engasgo em cães e saber como agir.

O engasgo é tão fácil de acontecer, que brinquedos inadequados, ossos de cozinha, pedaços grandes de ração ou até mesmo água ingerida de forma acelerada podem causar o quadro.

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Segundo a cartilha de primeiros socorros do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a obstrução das vias respiratórias pode ser parcial ou total e exige atenção e ação imediatas.

Isso porque a falta de oxigenação compromete rapidamente órgãos vitais. “Se o animal não conseguir respirar, pode entrar em colapso em poucos minutos. Nesses casos, o tutor deve manter a calma e procurar auxílio veterinário o quanto antes”, explica o CRMV-SP em nota técnica.

O tutor deve observar com atenção os sinais comportamentais e físicos. De acordo com o Manual de Primeiros Socorros da Universidade de São Paulo (USP), entre os indícios mais comuns estão a dificuldade para respirar, salivação intensa, apatia, boca aberta, língua arroxeada e movimentos com as patas tentando alcançar o focinho. Em qualquer suspeita, é preciso agir rapidamente.

Como agir e prevenir situações de risco

O primeiro passo é verificar com cuidado se há algo visível na boca ou garganta do animal, retirando apenas se for possível sem causar ferimentos ou se colocar em risco.

Caso o objeto esteja muito profundo ou não possa ser removido com segurança, a recomendação é buscar imediatamente atendimento veterinário.

Uma recomendação que merece destaque é a de nunca empurrar o objeto ainda mais para dentro da boca ou garganta do cão e nem improvisar manobras sem orientação.

A Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV) reforça que a melhor forma de proteger o cão é evitar situações que podem levar ao engasgo. Para isso, os tutores devem:

  • oferecer somente brinquedos adequados ao porte do animal, resistentes e sem peças pequenas que possam se soltar;
  • não dar ossos de cozinha, como frango e costela, que quebram facilmente e são os principais causadores de obstruções;
  • utilizar comedouros lentos em cães ansiosos, que comem rápido demais e engolem pedaços grandes de ração;
  • realizar consultas periódicas ao veterinário, que pode identificar comportamentos de risco e orientar sobre medidas de segurança.

Reconhecer os sinais, agir de forma calma e buscar auxílio imediato são atitudes que salvam vidas. Como ressalta o CRMV-SP, “o tempo de resposta do tutor pode ser determinante entre a recuperação e a perda do animal”.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.