Adotar um coelho filhote é uma decisão que exige planejamento e conhecimento. Apesar de serem animais dóceis e silenciosos, eles demandam cuidados específicos para ter bem-estar e saúde.
Em primeiro lugar, antes mesmo do pequeno coelho chegar na casa nova, é necessário preparar um espaço adequado.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), os coelhos devem ser criados preferencialmente em espaços amplos, como recintos, viveiros ou até quartos adaptados para eles.
A gaiola deve ser espaçosa e permitir que o animal fique em pé sobre as patas traseiras sem tocar o teto.
Para os filhotes, recomenda-se que as medidas da gaiola sejam 60 x 80 x 40 centímetros, de acordo com a Cobasi em publicação no site.
O ambiente deve também ser bem ventilado e livre de correntes de ar.
A higiene é outro ponto crucial. A gaiola deve ser limpa diariamente para evitar o acúmulo de sujeira e a proliferação de bactérias.
No Manual de Criação de Coelhos de Companhia nos Lares, elaborado pelo Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) destaca que “o acúmulo de fezes e urina pode causar problemas respiratórios e de pele nos coelhos”.
Alimentação adequada e cuidados especiais
A alimentação dos coelhos deve ser rica em fibras. O feno, por exemplo, é indispensável, pois auxilia na digestão e no desgaste natural dos dentes, que crescem continuamente.
Além do feno, o animalzinho deve receber ração específica para coelhos e, ocasionalmente, frutas e verduras frescas. Ele jamais deve comer alimentos industrializados ou destinados a outras espécies.
Quanto à higiene, os coelhos são animais naturalmente limpos e fazem sua higiene por meio da lambedura, como os gatos, e por isso não necessitam de banhos frequentes.
Os banhos podem, inclusive, ser perigosos. A médica-veterinária Natalia Costa explica que a atividade pode ativar o reflexo de luta e fuga do coelho, levando a uma alta liberação de cortisol, o hormônio do estresse.
O manejo inadequado durante o banho também pode resultar em lesões na coluna e luxações nas patas, diz Talita Santos, especialista em pets exóticos, no portal Vida de Bicho.
O biólogo Taicaran Fonseca ressalta, ainda, que molhar a pelagem do coelho pode levar à hipotermia e, se a secagem não for adequada, à proliferação de fungos.
Portanto, a limpeza deve ser feita com métodos alternativos, como recomendado pelo portal Vida de Bicho:
- Banho a seco: uso de amido de milho ou xampus a seco específicos para coelhos;
- Limpeza localizada: uso de algodão ou lenços umedecidos sem fragrância para higienizar áreas sujas isoladas;
- Escovação regular: ajuda a remover pelos soltos e sujeiras, mantendo a pelagem saudável.
Em casos excepcionais, como quando o coelho está extremamente sujo ou não consegue se limpar sozinho, os tutores devem consultar um veterinário especializado antes de realizar qualquer procedimento.
Outras dicas de bem-estar
O coelho precisa de socialização e interação constante para fortalecer o vínculo com o tutor e ter estimulado o comportamento social.
Os exercícios físicos precisam ser diários e o coelho não deve ficar o tempo todo em gaiola.
Coelhos também gostam de brinquedos e objetos para roer, como blocos de madeira não tratada. Eles devem estar sempre disponíveis para manter o coelho mentalmente estimulado.
E o mais essencial: visitas ao veterinário. Tutores precisam fazer check-ups regulares da saúde do coelhinho.