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Calopsita não é tudo igual: conheça os principais tipos e variações

Variações são resultado de cruzamentos e mutações naturais cuidadosamente selecionadas ao longo dos anos

Inteligentes, afetuosas e com grande capacidade de interação com os tutores, essas aves também se destacam pela variedade de cores e mutações genéticas que afetam sua plumagem

As calopsitas conquistaram seu espaço como uma das aves mais queridas entre os pets.

Inteligentes, afetuosas e com grande capacidade de interação com os tutores, essas aves também se destacam pela variedade de cores e mutações genéticas que afetam sua plumagem.

Além de embelezar, essas variações são resultado de cruzamentos e mutações naturais cuidadosamente selecionadas ao longo dos anos.

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Mutações e características gerais

Segundo o professor de veterinária Renato Costa, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), “as calopsitas descendem do periquito-australiano e foram domesticadas há mais de um século. Desde então, surgiram diferentes mutações que influenciam principalmente a coloração das penas”.

Essas mudanças ocorrem sem prejudicar a saúde da ave e envolvem alterações nos pigmentos melanina e psitacina, responsáveis pelas cores escuras e claras, respectivamente.

Algumas mutações afetam apenas a plumagem, enquanto outras interferem também na cor dos olhos, bochechas e crista.

Principais tipos de calopsita

As mutações mais populares entre criadores e tutores são visualmente distintas. Cada tipo tem seu charme e personalidade. Veja as principais:

  • Cinza-padrão: a mais comum e próxima da aparência selvagem. Tem corpo cinza com bochechas alaranjadas e crista amarela nos machos;
  • Lutino: com plumagem branca ou amarelo-claro, olhos vermelhos e ausência de marcas cinzas. Muito procurada por sua aparência delicada;
  • Cara branca (Whiteface): não possui pigmento laranja nas bochechas; sua coloração é cinza e branco;
  • Canela: tonalidade mais amarronzada no corpo e asas, com aparência suave e elegante;
  • Arlequim: apresenta manchas irregulares de branco e amarelo distribuídas pelo corpo;
  • Pérola (Pearl): tem pintinhas claras distribuídas nas penas das asas e costas, mais visíveis nas fêmeas;
  • Albina: completamente branca e com olhos vermelhos, é uma mutação rara que resulta da combinação entre lutino e cara branca.

Essas variações podem se combinar entre si, criando calopsitas únicas.

Como explica o biólogo especializado em aves ornamentais, Gustavo Melo, “mutações são naturais e controladas por criadores responsáveis; é essencial garantir que essas aves tenham uma vida saudável e espaço adequado para voar”.

Cuidados ao escolher uma calopsita

Independentemente da mutação, todas as calopsitas precisam dos mesmos cuidados: alimentação balanceada, espaço para se movimentar, estímulo mental e socialização.

Elas vivem, em média, entre 15 e 20 anos, são uma companhia de longo prazo.

Para evitar problemas de saúde ou comportamentais, o ideal é adquirir o animal de criadouros legalizados e com orientação de um veterinário especializado.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária alerta: “A posse responsável deve considerar o bem-estar do animal e a regularização junto aos órgãos ambientais”.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.