O dólar disparou no início da tarde desta sexta-feira (10) valorizando quase 2%, cotado a R$ 5,48, com a
Na máxima intradiária, a moeda americana foi cotada em R$ 5,49, logo após o lançamento do novo crédito imobiliário pelo governo federal. A medida é uma estratégia para aumentar a popularidade de Lula entre a classe média, em um cenário em que as pesquisas já mostram um
Segundo o economista sênior do Inter, André Valério, o dia está sendo marcado por incertezas, na esteira da não aprovação da Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A normativa era uma das apostas do governo para equilibrar as contas. “O câmbio opera em forte desvalorização em dia de incertezas domésticas e volatilidade externa”, disse.
Entenda o novo crédito imobiliário
O novo modelo de crédito imobiliário reestrutura o uso da poupança para ampliar a oferta de crédito. A medida vai usar o total dos recursos depositados na caderneta como referência para uso no setor habitacional, levando ao fim dos depósitos compulsórios do Banco Central (BC). Atualmente, o modelo prevê 65% dos recursos da poupança direcionados ao crédito imobiliário; 15% livres; 20% ficam com o BC.
O sistema também eleva o valor máximo do imóvel financiado no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), passando de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. O financiamento do SFH vinha perdendo força na medida em que os saques da caderneta de poupança começam a crescer. Em 2025, R$ 78,5 bilhões já foram retirados dessa modalidade de investimentos.
A expectativa é que a medida alcance famílias com renda superior a R$ 12 mil, uma vez que essa faixa de renda já é atendida pelo
Volatilidade externa
André Valério cita como outro fator no radar dos investidores as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que avalia novas medidas comerciais contra a China. Segundo o republicano, o governo de Xi Jinping não está cooperando nas exportações de terras raras, citando a possibilidade dos chineses de controlar esse mercado.
Segundo o especialista, o imbróglio com a China causa um movimento de desvalorização de commodities, afetando as moedas mais sensíveis à exportação desses itens, como o mercado brasileiro. “Com isso, vimos um movimento de risk-off generalizado na economia global, que levou a um movimento de desvalorização do dólar frente às principais moedas, favorecendo euro, iene e metais preciosos”, afirmou.