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Papa Leão XIV diz que reconhecer palestina ajuda, ‘mas diálogo está interrompido’

Diversos países reconheceram o Estado da Palestina nos últimos dias, incluindo o Reino Unido e França; pontífice disse que Europa unida poderia fazer muito

O Papa Leão XIV comentou sobre a situação em Gaza e das recentes ofensivas militares russas nesta terça-feira (23)

O Papa Leão XIV comentou sobre a situação em Gaza e das recentes ofensivas militares russas nesta terça-feira (23). Em relação às declarações sobre a soberania palestina, o pontífice reiterou a posição da Santa Sé, que há anos reconhece a solução dos dois Estados.

No entanto, Leão XIV disse que o diálogo, considerado uma questão principal, foi interrompido. Nos últimos dias, diversos países reconheceram o Estado da Palestina, incluindo o Reino Unido e a França. Para o pontífice, os Estados Unidos serão os últimos a reconhecer a soberania palestina.

Já em relação à crise na Europa, Leão XIV disse que “buscar uma escalada da violência é perigoso”. O papa insistiu na necessidade de abandonar as armas e os avanços militares. “A Europa realmente unida poderia fazer muito”, declarou.

Países reconhecem o Estado da Palestina

Austrália, Canadá, Reino Unido, Portugal e França reconheceram oficialmente o Estado da Palestina nos últimos dias. Os países se somam a quase 75% dos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nos últimos meses, diversos países tradicionalmente aliados de Israel deram o passo simbólico de reconhecer a soberania palestina. Reino Unido e Canadá foram os primeiros países do G7 a reconhecer o Estado palestino.

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Netanyahu rejeita Estado Palestino

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu nesse domingo (21) que nunca haverá um Estado palestino e que Israel ampliará seus assentamentos na Cisjordânia. O discurso aparece como uma resposta ao reconhecimento oficial da soberania palestina por parte do Reino Unido, Canadá e Austrália.

“Tenho uma mensagem clara para esses dirigentes que reconheceram um Estado palestino depois do horrendo massacre de 7 de outubro: vocês estão dando uma enorme recompensa ao terrorismo”, afirmou Netanyahu em declarações emitidas por seu gabinete.

“E tenho outra mensagem para vocês: isso não acontecerá. Não será estabelecido nenhum Estado palestino a oeste do rio Jordão”, acrescentou.

Guerra em Gaza

Israel iniciou na última terça-feira (16) uma ampla ofensiva militar terrestre e aérea para tomar a Cidade de Gaza. Na terça-feira, uma comissão de investigação independente da ONU concluiu que Israel comete genocídio contra os palestinos em Gaza, o que o governo israelense nega.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamitas mataram 1.219 pessoas, a maioria civis, em Israel, segundo dados oficiais.

A campanha de retaliação israelense matou mais de 65.200 palestinos na Faixa de Gaza, também em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do território - governado pelo Hamas -, que a ONU considera confiáveis.

*Sob supervisão de Edu Oliveira

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas