O papa Leão XIV teve sua primeira entrevista desde que assumiu o pontificado publicada nesta quinta-feira (18) e abordou assuntos polêmicos como os escândalos de abusos sexuais no Vaticano, a política dos Estados Unidos e também o acolhimento de pessoas LGBTQIAP+ pela Igreja Católica.
O líder católico novamente
denunciou a situação ‘terrível’ em Gaza, porém, se recusou a dar qualquer declaração sobre a definição de genocídio.
Sobre a ordenação feminina, o pontífice negou uma mudança. Ele afirmou que ‘seguirá os passos de Francisco, nomeando mulheres para cargos de liderança em vários níveis da vida da igreja’.
Política internacional
Além disso, Leão XIV falou sobre o presidente de seu país natal, os Estados Unidos,
Donald Trump. O papa afirmou que ‘não tem intenção de se envolver em política partidária’, mas que seria ‘muito mais apropriado que a liderança da Igreja nos Estados Unidos se envolvesse com ele’.
O papa também refletiu sobre as negociações com a
China. Ele garantiu que dará continuidade à ‘política que a Santa Sé segue há alguns anos’, sem pretender ser ‘mais sábio ou experiente’ do que seus antecessores. Ele mantém ‘diálogo constante com diversos chineses’ e quer ‘obter uma compreensão mais clara de como a Igreja pode continuar sua missão, respeitando tanto a cultura quanto as questões políticas’.
Abusos na Igreja
Em uma parte considerável da entrevista, o papa pediu ‘grande respeito’ pelas
vítimas dos abusos sexuais na igreja. Segundo ele, ‘mais de 90% dos que se apresentam e fazem acusações são
vítimas verdadeiras', mas há ‘casos comprovados de algumas acusações falsas’ e alguns padres ‘tiveram suas vidas destruídas’.
Ele afirmou, porém, que a ‘questão dos abusos sexuais não pode se tornar o fulcro da Igreja’. “A grande maioria dos envolvidos na Igreja — padres, bispos e religiosos — nunca abusou de ninguém. Portanto, não podemos permitir que toda a Igreja se concentre exclusivamente nesta questão”, disse.
Acolhimento de pessoas LGBTQIAP+
Leão XIV também falou de um dos assuntos mais polêmicos da Igreja Católica:
os direitos das pessoas LGBTQIAP+. Ele disse que não quer promover a polarização na igreja e que ‘certamente, podemos abençoar a todos, mas não devemos buscar uma maneira de ritualizar qualquer bênção’.
O pontífice continua seguindo os ideais de
Francisco para o acolhimento de todos, porém, considera improvável uma mudança. “Acho altamente improvável, certamente num futuro próximo, que a Doutrina da Igreja mude em termos do que a Igreja ensina sobre sexualidade, o que a Igreja ensina sobre o matrimônio [...] de uma família composta por um homem e uma mulher abençoados no sacramento do matrimônio”, disse.