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Papa Francisco encarou casos de abuso sexual e pedofilia na Igreja: veja o que mudou

As declarações do Papa sobre temas polêmicos levaram parte da opinião pública a classificá-lo como um progressista

Papa Francisco está com saúde frágil

Líder maior da Igreja Católica, o papa Francisco, que morreu aos 88 anos desta segunda-feira (21), precisou encarar o principal escândalo da instituição: os casos de abuso sexual praticados por padres, acobertados por décadas pela cúpula do Vaticano.

Embora no início tenha sido acusado de não entender a gravidade e amplitude do problema, Francisco criou uma comissão de especialistas com a participação de sobreviventes dos abusos para aconselhar o Vaticano na criação de um tribunal para processar bispos que deixam de proteger seus fiéis contra padres abusivos e aceitou a renúncia de dois bispos americanos acusado de acobertamento.

As declarações do Papa sobre temas polêmicos levaram parte da opinião pública a classificá-lo como um progressista.

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Papa Francisco fez breve aparição no Domingo de Páscoa um dia antes de morrer

Ele fez duras declarações públicas contra os pedófilos de batina. “Por favor, lembrem-se bem disto: tolerância zero com os abusos contra menores ou pessoas vulneráveis. Tolerância zero. Nós somos religiosos, somos sacerdotes para levar as pessoas a Jesus. Por favor, não escondam esta realidade”, declarou em 2022, durante uma visita de uma comitiva brasileira.

Em junho de 2021, ele promoveu a revisão mais abrangente da lei da Igreja Católica, endurecendo regulamentos para clérigos que abusam de menores.

Ele eliminou a regra de “sigilo pontifício”, usada até então para manter investigações em segredo. A mudança permitiu que a membros da igreja enviassem para autoridades civis documentos e materiais relacionados a suspeitas de abusos sexuais em todos os lugares onde atua.

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Anúncio da morte

A morte foi anunciada na manhã de hoje pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano. “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que comunico a morte do nosso Santo Padre Francisco”, disse um comunicado do camerlengo.

Francisco estava internado desde o dia 14 de fevereiro, em decorrência de uma bronquite. Antes de ser hospitalizado, o Papa tinha apresentado dificuldades de respirar e tinha delegado a leitura de alguns discursos aos assistentes.

No dia 17 de fevereiro o Vaticano informou que o Papa foi diagnosticado com uma infecção polimicrobiana das vias respiratórias. A condição é causada por dois ou mais microorganismos simultaneamente e é comum em pacientes com doenças pulmonares.

Ele teve alta do Hospital Gemelli de Roma no dia 23 de março.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.