O governo do México anunciou, nesta quarta-feira (26), que construirá um supercomputador que, segundo afirmou, terá uma capacidade de processamento sete vezes maior que o computador mais potente da América Latina.
Nomeado Coatlicue, deusa da mitologia mexicana que representa a fonte do poder e da vida, o supercomputador terá uma capacidade de processamento de 314 petaFLOPS, informaram os funcionários responsáveis pelo projeto em coletiva de imprensa com a presidente, Claudia Sheinbaum.
PetaFLOPS é uma unidade de desempenho computacional que equivale a um quatrilhão de cálculos por segundo, um número que se expressa como 10 elevado à 15ª potência.
“Queremos que seja um supercomputador público, é um supercomputador do povo”, disse Sheinbaum sobre o projeto que, acrescentou, proporcionará ao México “uma capacidade de computação que nenhum outro país da América Latina possui”.
Atualmente, o Brasil tem os maiores supercomputadores da região, com quatro dispositivos entre 13,7 e 42 petaFLOPS de capacidade, seguido da Argentina, cujo computador Clementina XXI alcança 12,6 petaFLOPS, segundo dados apresentados pelo governo mexicano sobre dispositivos tanto públicos quanto privados.
O título de computador mais potente do mundo é ostentado por El Capitán, operado pelo laboratório nacional americano Lawrence Livermore, cuja capacidade de processamento é de 1.809 exaFLOPS, segundo relatórios do setor consultados pela AFP.
A unidade exaFLOPS equivale a um quintilhão de cálculos por segundo e se expressa como 10 elevado à 18ª potência.
O diretor da Agência de Transformação Digital do México, José Merino, afirmou que a construção de Coatlicue começará em janeiro e será realizada em sete etapas ao longo de 24 meses. O projeto exigirá um investimento público de 6 bilhões de pesos (R$ 1,7 bilhão, na cotação atual).
Os principais usos do supercomputador serão a resolução de problemas públicos que exigem alta capacidade de computação, como a previsão climática, o planejamento de plantios e colheitas e projetos relacionados a água, petróleo e energia, acrescentou.
Merino indicou, ainda, que será utilizado para pesquisa científica, apoio a projetos empreendedores e para oferecer serviços de cálculo maciço ao setor privado.
Com informações de AFP