Incêndio em Hong Kong: 13 são presos em investigação

Foi aberta uma investigação sobre homicídio culposo

Agentes da Unidade de Identificação de Vítimas de Desastres (DVIU), vestidos com equipamentos de proteção individual brancos, entram em um dos blocos de apartamentos do Wang Fuk Court após o incêndio mortal de 26 de novembro, em Hong Kong, em 29 de novembro de 2025

Ao menos 13 pessoas foram presas durante a investigação sobre as causas do incêndio de grandes proporções em um complexo residencial em Hong Kong, onde ao menos 151 pessoas morreram.

O chefe de polícia de Hong Kong, Chan Tung, afirmou à imprensa que os agentes “abriram imediatamente uma investigação por homicídio culposo”. Foram 13 detidos, sendo 12 homens e uma mulher, com idades entre 40 e 77 anos.

Ainda segundo a polícia, parte das redes de proteção utilizadas na reforma do complexo não seguia as normas de proteção contra incêndios. Foram coletadas amostras de sete pontos em quatro torres.

Nesta segunda-feira (1º), autoridades locais confirmaram 151 mortos após buscas nos prédios. Até o momento, 104 corpos já foram identificados e 39 ainda aguardam identificação. As buscas em cinco prédios (Hung Yan, Hung To, Hung Kin, Hung Tai e Hung Shing) foram concluídas. As buscas nos dois prédios remanescentes (Hung Cheong e Hung Sun) começaram na manhã desta segunda (1º), noite de domingo (30) no Brasil, mas riscos estruturais ameaçam a procura por corpos.

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O incêndio

O complexo Wang Fuk Court tem oito torres e mais de dois mil apartamentos, e sete foram afetados pelo incêndio. Os edifícios Hung Cheong Court e Hung Tai Court foram os que mais registraram mortes, uma vez que foram os mais atingidos.

O incêndio começou na tarde desta quarta-feira em Hong Kong, sendo madrugada no Brasil. O prédio passava por reformas antes de pegar fogo.

Segundo testes preliminares divulgados pelo HK01, os edifícios do complexo atendiam aos requisitos de resistência ao fogo. Porém, painéis de isopor que circundavam as janelas e portas do prédio eram extremamente inflamáveis.

A alta temperatura fez com que os andaimes de bambu pegassem fogo, incendiando outras seções da rede, o que dificultou o combate às chamas e acelerou a propagação.

As chamas também causaram desabamento de andaimes superiores, bloqueando saídas de emergência e entradas do prédio.

As imagens são impressionantes. Fotos e vídeos mostram o prédio totalmente destruído pelas chamas.

Esse é o incêndio mais grave já registrado em Hong Kong em 29 anos. Em 1996, 41 pessoas morreram em um edifício comercial em Kowloon. Na época, autoridades concluíram que as chamas começaram durante um trabalho de soldagem realizado em uma reforma.

Moradores relataram à AFP que não ouviram nenhum alarme de incêndio e avisaram uns aos outros sobre as chamas. “Tocar a campainha, bater nas portas, alertar os vizinhos, dizer que deveriam sair... foi assim que aconteceu [...] O fogo se propagou muito rapidamente”, relatou um morador.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.

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