Ouvindo...

EUA e Japão fecham o ‘maior acordo comercial da história’, diz Donald Trump

O acordo prevê que os importadores americanos paguem tarifas recíprocas de 15% sobre produtos japoneses exportados para os Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um “gigantesco” acordo comercial com o Japão, após o americano que incluir o país do leste asiático na sua guerra tarifária.

“Acabei de assinar o maior acordo comercial da história. Acho que talvez o maior acordo da história com o Japão”, disse Trump, nesta última terça-feira (22), durante uma recepção com membros republicanos do Congresso.

O acordo prevê que os importadores americanos paguem tarifas “recíprocas” de 15% sobre produtos japoneses exportados para os Estados Unidos. A alíquota de 15% também se estenderá a automóveis e autopeças, o que coloca o Japão em vantagem sobre outros grandes exportadores de veículos.

Em contrapartida, o Japão investirá US$ 550 bilhões nos Estados Unidos, disse Trump, acrescentando que os EUA “receberão 90% dos lucros”.

“Este acordo criará centenas de milhares de empregos. Nunca houve nada parecido. Talvez o mais importante seja que o Japão abrirá o país ao comércio, incluindo carros e caminhões, arroz e alguns outros produtos agrícolas, entre outros. O Japão pagará tarifas recíprocas aos Estados Unidos de 15%”, publicou Trump em sua rede social, o Truth Social.

Recepção do acordo

A notícia fez com que os mercados japoneses atingissem a maior alta em um ano nesta quarta-feira (23), com um aumento no preço das ações das montadoras elevando o Nikkei, índice do mercado de ações da Bolsa de Valores de Tóquio, em 3,7%.

“Missão cumprida”, proclamou Ryosei Akazawa, negociador de tarifas do Japão, em uma publicação no X, acompanhada de uma foto sua na Casa Branca apontando para uma imagem de Trump e do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, em negociações anteriores.

O Japão é “o primeiro no mundo a conseguir reduzir tarifas sobre automóveis e peças automotivas sem restrições de volume”, disse Akazawa a repórteres em Washington DC, divulgou a CNN americana.

Em Tóquio, Ishiba também comemorou o acordo como “o menor valor até o momento para um país que tem um superávit comercial com os Estados Unidos”, acrescentando que o governo examinará os detalhes do acordo “cuidadosamente”.

“Acreditamos que isso contribuirá para a criação de empregos, a produção de bons produtos e o cumprimento de vários papéis no mundo por meio da cooperação mútua do Japão e dos EUA”, disse ele a repórteres em seu escritório na quarta-feira.

Leia também

Investimento japonês nos EUA

Akazawa explicou que a injeção japonesa de US$ 550 bilhões nos EUA seria na forma de capital e empréstimo para apoiar investimentos de empresas japonesas em áreas-chave, como produtos farmacêuticos e semicondutores.

A parcela das importações de arroz americano pode aumentar sob a atual estrutura de comércio agrícola, disse Akazawa, ao mesmo tempo em que enfatizou que o acordo “não sacrificaria a agricultura japonesa”.

O Japão também continuará as discussões com os EUA sobre outras medidas tarifárias não cobertas no acordo de terça-feira, incluindo aço e alumínio, que continuam sujeitos a uma taxa de 50%, disse o negociador de tarifas japonês.

Acordos comerciais de Trump

Após a guerra comercial e uma enorme lista com tarifas que chegaram a 50%, incluindo o brasil, este acordo com o Japão foi a terceira notícia comercial anunciada por Trump na terça-feira (22).

Isso ocorre após meses de negociações com importantes parceiros comerciais, como União Europeia, Coreia do Sul, Índia e dezenas de outros, à medida que se aproxima o prazo final de Trump, 1º de agosto, para tarifas mais altas.

Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo