Ataques em série de gangues mataram mais de 50 pessoas na última semana no Haiti, denunciou nesta segunda-feira (15) a Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH).
No país, o mais pobre das Américas, as quadrilhas criminosas semeiam o terror em um contexto de crise política profunda. A violência se agravou desde 2024, quando grupos armados obrigaram o então primeiro-ministro Ariel Henry a renunciar.
As gangues agora controlam 90% da capital, Porto Príncipe, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Na semana passada, ‘terroristas da coalizão criminosa Viv Ansanm’ (Viver juntos) realizaram ‘um massacre extremamente cruel contra a população civil’ na cidade vizinha de Laboderie, ao norte da capital Porto Príncipe, diz um relatório da Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH) enviado à AFP.
Além de perpetrar o massacre, incendiaram casas.
Até este domingo (14), os corpos de ‘várias vítimas ainda não foram recuperadas, enquanto cadáveres ainda estavam na mata, devorados por cães’, denunciou a ONG.
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Alguns sobreviventes conseguiram se refugiar em localidades vizinhas, enquanto outros ‘fugiram para o mar em canoas para tentar escapar da barbárie’.
Segundo a ONG, a quadrilha acusa os moradores da localidade onde ocorreram o massacre de serem ‘informantes da polícia’.
O Conselho Presidencial de Transição, que governa o Haiti após a renúncia de Henry em abril de 2024, expressou em comunicado sua ‘profunda indignação’ diante desses ‘atos bárbaros’.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também ‘condenou’ no X este ‘ataque brutal’ e pediu à comunidade internacional que ‘reforçasse’ a Missão Multinacional de Segurança (MMAS).
Liderado por Quênia, o MMAS atua há mais de um ano para ajudar a sobrecarregada polícia haitiana. Mal equipada e subfinanciada, uma entidade tem dificuldades para enfrentar as gangues.
*Com AFP