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‘Assassinato seletivo': ataque de Israel a jornalistas em Gaza gera condenações internacionais

O alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e líderes mundiais criticaram o ataque ocorrido no último domingo (10)

Dezenas de manifestantes protestam contra os ataques israelenses a Gaza, reunindo-se na capital síria, Damasco. A manifestação incluiu mensagens de apoio a Gaza e faixas com os dizeres “238 jornalistas foram mortos”.

A FPA (Associação de Imprensa Estrangeira) chamou de “assassinato seletivo” a morte de jornalistas palestinos pelo Exército israelense na Cidade de Gaza na noite de domingo (10). O chefe da ONU e primeiro-ministro do Catar também criticaram o ataque.

A associação divulgou uma nota, nesta segunda-feira (11), afirmando estar indignada com o “assassinato seletivo” dos jornalistas que trabalhavam para a emissora Al Jazeera.

“De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, pelo menos 179 jornalistas e profissionais da mídia foram mortos desde 7 de outubro. Isso precisa acabar”, declarou a FPA.

Segundo a associação, Israel difamou a imprensa estrangeira e teria impedido jornalistas de outros lugares do mundo de entrar em Gaza por conta própria. O país confirmou o ataque, alegando que Al Sharif, uma das vítimas, era um “terrorista disfarçado”.

A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) também denunciou, “com força e indignação, o assassinato reivindicado” por Israel de Al Sharif, que era “a voz do sofrimento imposto por Israel aos palestinos de Gaza”.

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Líderes mundiais condenaram a ação

O alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos divulgou, nesta segunda-feira (11), um comunicado, no qual condenou “o assassinato por parte do Exército israelense de jornalistas palestinos”.

“Israel deve respeitar e proteger todos os civis, incluindo os jornalistas”, destacou o Alto Comissariado, ao recordar que “ pelo menos 242 jornalistas palestinos foram assassinados na Faixa de Gaza” desde outubro de 2023.

O primeiro-ministro do Catar, o Xeique Mohamed bin Abdulrahman Al-Thani, também criticou duramente Israel pela morte dos jornalistas que trabalhavam para a emissora com sede no país, e afirmou que foi “um ataque deliberado”.

Funerais e manifestações

Os funerais dos cinco jornalistas do canal Al Jazeera (Catar) começaram nesta segunda-feira (11) no território palestino. Dezenas de homens levaram os corpos das vítimas até o cemitério Sheikh Redouan, na Cidade de Gaza.

Os cinco jornalistas que morreram no ataque são os repórteres Anas al Sharif e Mohammed Qreiqeh, além dos cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa.

Na síria e no Catar houveram manifestações contra os ataques israelenses a Gaza, com faixas com os dizeres pedindo o fim da guerra e afirmando que “238 jornalistas foram mortos”.

Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo