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“A OMS desempenha um papel crucial na proteção da saúde e da segurança das pessoas no mundo, incluindo os americanos, abordando as causas básicas das doenças, construindo sistemas de saúde mais fortes e detectando, prevenindo e respondendo a emergências de saúde, incluindo surtos de doenças, muitas vezes em lugares perigosos onde outras pessoas não podem ir”, afirmou Tarik Jasarevic, porta-voz da organização, em declaração a jornalistas em Genebra, na Suíça.
A decisão do presidente
O texto da ordem executiva desta segunda cita a “má gestão da pandemia de COVID-19 pela organização que surgiu de Wuhan, China e outras crises globais de saúde, sua falha em adotar reformas urgentemente necessárias e sua incapacidade de demonstrar independência da influência política inapropriada dos estados-membros da OMS”, como razões para a retirada.
Por meio da nota publicada nesta terça, a OMS ainda disse esperar que o atual presidente repense sobre o caso.
“Esperamos que os Estados Unidos reconsiderem e estamos ansiosos para nos envolver em um diálogo construtivo para manter a parceria entre os EUA e a OMS, em benefício da saúde e do bem-estar de milhões de pessoas ao redor do mundo”.
Quem também se posicionou, foi a Comissão Europeia, poder Executivo da União Europeia e destacou que a “cooperação global no setor de saúde” é essencial para tornar o mundo “resiliente a ameaças sanitárias”. “Vemos com preocupação o anúncio dos Estados Unidos e confiamos que o governo americano considerará tudo isso antes da retirada formal”, disse uma porta-voz.
O que irá acontecer?
Com a determinação do decreto, os americanos deixarão a agência das Nações Unidas em 12 meses e interromperão todas as contribuições financeiras para seu trabalho. Os EUA são de longe o maior financiador da OMS, contribuindo com cerca de 18% de seu financiamento geral. O orçamento bienal mais recente da organização da saúde, para 2024-2025, foi de US$ 6,8 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões).
Vale destacar, que em 2020, durante seu primeiro mandato, Trump já havia iniciado o processo de saída da OMS, mas não conseguiu concluir o plano devido a restrições legais e à mudança de governo com a posse de Joe Biden no início de 2021, que rapidamente reverteu a decisão.
Especialistas em saúde pública criticaram a decisão de Trump de deixar a OMS, alertando que isso poderia ter consequências para a saúde dos americanos. Alguns sugeriram que a medida poderia reverter o progresso feito no combate a doenças infecciosas como
Ashish Jha, que trabalhou como coordenador de resposta à Covid-19 no governo do presidente Biden, alertou anteriormente que sair “prejudicaria não apenas a saúde das pessoas ao redor do mundo, mas também a liderança e a proeza científica dos EUA”.
"É uma decisão presidencial cataclísmica. A retirada é uma ferida grave para a saúde mundial, mas uma ferida ainda mais profunda para os EUA”, disse Lawrence Gostin, especialista em saúde pública global e professor da Universidade de Georgetown em entrevista a BBC.
Qual o papel da OMS?
A criação da Organização Mundial de Saúde (OMS) representou um marco na saúde pública mundial, 1948. A OMS é uma instituição intergovernamental e parte integrante da Organização das Nações Unidas (ONU), tendo como objetivo promover ações de saúde em âmbito internacional.
De forma resumida, a OMS é responsável pela formulação de normas sanitárias internacionais, pela produção de guias e materiais técnicos em prevenção e controle de doenças. O objetivo da OMS, de acordo com sua constituição, é garantir a todas as pessoas o mais elevado nível de saúde. Vale destacar que essa agência define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, ou seja, a saúde é muito mais do que a ausência de doenças.
O principal papel da OMS é direcionar e coordenar a saúde internacional dentro do sistema das Nações Unidas. Suas principais áreas de trabalho são os sistemas de saúde; saúde através do curso de vida; doenças não transmissíveis e transmissíveis; preparação, vigilância e resposta; e serviços corporativos.
