Ouvindo...

Dia Mundial da Tuberculose: mortes disparam em uma década no Brasil; conheça a doença

Somente em 2022, país registrou 5.845 mortes pela doença; conheça os principais sintomas e como é o tratamento

Diagnóstico é feito por exame laboratorial ou raio-X de tórax

O Dia Mundial da Tuberculose, celebrado neste domingo (24), tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, os riscos da doença e o tratamento adequado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2022, cerca de 10,6 milhões de pessoas desenvolveram a forma ativa da doença em todo o mundo, e 1,3 milhões morreram.

No Brasil, o ano de 2022 bateu o recorde de maior número de casos registrados em 10 anos. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil teve 81.604 pessoas diagnosticadas com a doença e 5.845 óbitos - o maior número de mortes desde 2013. Dados preliminares mostram que em 2023 o número de doentes sofreu uma leve queda, chegando a 80.012. O número de óbitos do ano passado ainda não foi consolidado.

Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Leia também

O que é a Tuberculose?

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, segundo informações do Ministério da Saúde. A doença afeta principalmente o pulmão, mas também pode afetar outros órgãos e sistemas do corpo.

Quais os principais sintomas?

A tuberculose pulmonar é a forma mais comum da doença e é a responsável por pela disseminação da doença, já que o vírus é transmitido pelas vias aéreas. A tuberculose costuma acometer outros órgãos, apenas em casos de pacientes que vivem com o HIV, ou pessoas imunossuprimidas.

De acordo com o médico infectologista Estevão Urbano, os principais sintomas da tuberculose pulmonar são:

  • Tosse prolongada (por três semanas ou mais);
  • Febre;
  • Emagrecimento;
  • Falta de apetite;
  • Sudorese noturna;
  • Catarro com sangue.

O principal sintoma é tosse prolongada. Por isso, o Ministério da Saúde adverte que toda tosse que dure mais de três semanas seja investigada para tuberculose. A tosse ainda pode ser seca ou com catarro.

Como acontece a transmissão?

A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória. O doente ativo elimina os aerossóis contaminados pela tosse, fala ou espirro, Segundo o Ministério da Saúde, um infectado sem tratamento pode contaminar de 10 a 15 pessoas.

A pasta informa que, após iniciado o tratamento, os doentes levam cerca de 15 dias para deixarem de ser transmissores. Ate lá, Urbano ressalta a importância do isolamento social.

“As pessoas infectadas devem ficar afastadas da convivência na comunidade, até que os sintomas melhorem - o que leva, geralmente, de duas a três semanas após o início das medicações. Aí ela para de ser transmissora e pode voltar ao convívio normal”, esclarece o especialista.

Como é o diagnóstico?

O infectologista explica que o diagnóstico da tuberculose é feito por um exame de raio-X de tórax, ou por um exame laboratorial para avaliar microscopicamente a presença do vírus.

Como é o tratamento?

O médico Estevão Urbano explica que o tratamento é feito por medicamentos e dura no mínimo seis meses. Os remédios são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) gratuitamente. O infectologista ainda garante que, se feito de forma correta e por um período prolongado, o tratamento cura a tuberculose.

Tuberculose tem prevenção?

No Brasil, a imunização contra a tuberculose já está presente no esquema vacinal infantil. A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), oferece proteção contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea.

O imunizante deve ser aplicado nas crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias.

Porém, mesmo com a vacina protegendo contra as formas mais graves da doença, Urbano comenta que cerca de 5% das pessoas que tem contato com o vírus acabam desenvolvendo a forma ativa da tuberculose.

“As pessoas com mais predisposição a apresentar sintomas são aquelas com debilidades imunológicas, como o HIV positivo, desnutridas e tabagistas”, conclui.

Participe dos canais da Itatiaia:

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.