O influenciador e comediante Whindersson Nunes, de 30 anos, se internou em uma clínica psiquiátrica em São Paulo. Segundo a assessoria dele, que confirmou a informação na última quinta (20), a decisão foi tomada “visando o cuidado integral de sua saúde”.
A equipe de Whindersson também informou que “
A iniciativa foi do próprio comediante. “Whindersson decidiu por conta própria se internar em uma clínica para se cuidar, tratar a mente. Já havia feito esse pedido a ele e a Deus”, desabafa Hidelbrando.
A irmã dele,
Whindersson já pediu apoio emocional ao CVV
O influenciador vem lidando com a depressão há um tempo. Em 2023, ele usou as redes sociais para chamar a atenção para a importância do Centro de Valorização à Vida (CVV) e
Na ocasião, ele escreveu: “uma moça bacana com uma voz calma conversou comigo. Chorei demais, mas a experiência de conversar sobre tudo com um anônimo é muito libertador”.
O CVV é uma entidade civil que oferece apoio voluntário, gratuito e anônimo em prol da prevenção do suicídio. Além do número, a organização também conta com um chat online, um e-mail e endereços em vários pontos do Brasil. Para procurar a localidade mais próxima e entrar em contato com a organização, basta acessar o
Médico detalha como funciona a internação para tratar depressão
Para entender como funciona o tratamento psicológico dentro das clínicas e em que momento o paciente deve buscar essa opção, a Itatiaia conversou com Alexander Bez. Ele é psicólogo e possui diversas especialidades, dentre elas, relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA) e saúde mental.
Veja a entrevista a seguir:
Quando é hora de um paciente ser internado?
“No consultório, lidamos com questões psicológicas por meio da psicoterapia, que pode ou não ser associada ao uso de medicações específicas, como ansiolíticos, dependendo da necessidade do paciente. Já os casos psiquiátricos envolvem um nível maior de gravidade, podendo demandar internação e uma intervenção mais específica. Além disso, a forma como os sintomas se manifestam também é diferente: no âmbito psiquiátrico, eles costumam ser mais agressivos e impactantes para o paciente e para as pessoas ao seu redor. São justamente esses sinais mais intensos e violentos que tornam o quadro mais difícil de suportar, exigindo acompanhamento especializado. A depressão severa, por exemplo, é uma das manifestações que podem requerer internação hospitalar, pois compromete significativamente a rotina diária e o funcionamento global do indivíduo. Internação também pode ser necessária quando há risco iminente para o paciente ou para outros, ou quando os sintomas não são controláveis no tratamento ambulatorial.”
É comum pacientes serem internados por conta própria?
“Somente em casos de depressão severa, ideações suicidas, problemas com drogas ilícitas ou crises de ansiedade aguda — onde até a respiração se torna difícil — é que a internação se faz necessária. Essas são as quatro causas mais comuns para esse tipo de intervenção. Já nos casos de sociopatia, psicopatia ou psicose, a dinâmica é diferente. Para pessoas com Transtorno de Personalidade Antissocial, por exemplo, não há essa espontaneidade na busca por ajuda. Nesses casos, a intervenção tende a seguir outro caminho, pois a percepção da própria condição e a procura por tratamento são bem mais complexas. Em situações mais graves, a internação pode ser involuntária, quando a segurança do paciente ou de terceiros está em risco, e isso pode ser determinado por familiares, profissionais de saúde ou autoridades, conforme a legislação vigente.”
Quanto tempo, em média, dura o tratamento?
“Depende de cada caso. É impossível mensurar ou fornecer um prognóstico exato sem conhecer as reais condições do paciente. Além disso, fatores como gatilhos estressores — por exemplo, o uso de substâncias ilícitas — podem potencializar transtornos mentais, tornando o quadro mais complexo. Sem uma avaliação clínica detalhada, não há como prever a duração do tratamento. É fundamental analisar tanto o histórico atual quanto o histórico mental da vida pregressa do paciente para compreender a extensão do cuidado necessário. O tratamento pode envolver diferentes estágios, como a estabilização da crise, a manutenção do quadro e a reabilitação. A duração pode variar conforme a adesão do paciente, a gravidade do transtorno e a presença de comorbidades.”
Como é este tipo de tratamento?
“Basicamente, o tratamento envolve uma combinação de medicações específicas, que podem incluir antidepressivos, ansiolíticos, medicamentos para transtornos do humor e antipsicóticos, dependendo do quadro apresentado. Além disso, é fundamental o acompanhamento psicológico, por meio de sessões de psicoterapia, para que o paciente tenha um espaço seguro para entender e lidar com suas emoções. O acompanhamento mental contínuo é essencial para garantir que o tratamento seja eficaz e o paciente tenha o suporte necessário durante todo o processo. Em alguns casos, o tratamento pode ser multidisciplinar, envolvendo outros profissionais de saúde mental, como psicopedagogos ou terapeutas ocupacionais, para atender às diversas necessidades do paciente durante sua recuperação.”