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Câncer de Anderson, do Molejo: entenda como funcionam doações de sangue em nome do paciente

Cantor de pagode mobilizou campanha para doações de sangue durante tratamento de câncer inguinal

Anderson Molejo está internado no RJ

Vocalista do Molejo, o cantor Anderson Leonardo está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular do Rio de Janeiro e, conforme anunciado pela assessoria do grupo de pagode, precisa de doações de sangue. O motivo das transfusões recebidas por Anderson não foi divulgado, mas famosos e anônimos divulgam a campanha de doações.

Através das redes sociais, é bem comum ver a divulgação de campanhas similares à realizada pelo Molejo para doações em nome de Anderson Leonardo. Entretanto, realizar uma doação em nome de uma pessoa não significa que aquele sangue será utilizado no tratamento dela. É o que explicou a médica Priscila Rodrigues, coordenadora do Hemocentro de Belo Horizonte, à Itatiaia.

As doações são feitas para pacientes que, por diferentes razões, sofrem de quadros de anemia que tornam necessárias transfusões de sangue. “A pessoa usa o sangue que está no estoque e já está liberado”, relatou a especialista. “As doações são chamadas de doações de reposição, porque a gente pede que a família e amigos enviem doadores para repor esse estoque”, completou Rodrigues.

“Normalmente, o paciente recebe sempre do banco. Quando você doa, você está repondo para que outra pessoa use, não necessariamente para a pessoa que você veio doar”, esclareceu sobre as doações em nome de determinado paciente. No caso de Anderson, as doações são direcionadas a bancos de sangue do Rio de Janeiro e só podem ser realizadas na capital ou em Paraty.

Sangue tem ‘data de vencimento’

Conforme detalhado pela médica, os estoques de sangue contam com bolsas já liberadas para uso, o que ocorre pelo menos um dia depois da doação. “Quando você doa sangue, o sangue para ser liberado para o uso demora entre 24 e 48 horas. Então, quando você precisa de sangue, você tem que usar um sangue e estar liberado”, explicou a coordenadora do hemocentro da capital mineira.

“O sangue, ele tem uma validade. As hemácias, por exemplo, duram entre 36 e 42 dias, então é diferente de um remédio que tem validade maior e o estoque pode durar por um ano”, pontuou a médica. “O sangue, seu estoque sempre vai ter bolsas que estão próximo ao vencimento, você tem que ter uma reposição constante daquilo ali”, esclareceu Rodrigues.

Doações para estoques de sangue

A necessidade de reposição em estoques de sangue se faz uma constante, seja para casos de urgência ou para pacientes que precisam de transfusões drante um tratamento mais longo. “Um paciente em tratamento oncológico costuma precisar de bolsas com uma certa frequência, o que não é o caso, por exemplo, de um paciente acidentado. Então, é sempre para repor o estoque”, acrescentou.

Em alguns locais, como no Hemominas, sequer é possível doar sangue para um paciente específico, sendo autorizado somente que doações sejam direcionadas para o hospital no qual o paciente está internado. "É muito mais essa questão cultural, de incentivar a doação para o hospital. A família faz as campanhas, mas o sangue pode ser usado por quem quer que seja”, explicou Priscila Rodrigues.

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Saúde de Anderson

Em outubro de 2022, Anderson Leonardo relatou que foi diagnosticado com câncer na região inguinal e, em janeiro de 2023, contou estar curado. Em maio daquele ano, o artista foi diagnosticado novamente com câncer nesta área e, desde então, está em tratamento. A região inguinal fica na virilha, no encontro do final da barriga com o início da coxa.

No dia 27 de fevereiro, o cantor foi internado em um hospital particular do Rio de Janeiro, onde passou por imunoterapia e recebeu medicação para dores. No dia 13 de março, o vocalista do Molejo passou por um procedimento de bloqueio de plexo nervoso hipogástrico para dor.

No dia 19 do mesmo mês, o artista recebeu alta médica após 21 dias internado. Após deixar o local, ele gravou em estúdio e apareceu feliz em vídeos nas redes sociais. Porém, no dia 24 de março, cinco dias após a alta médica, ele foi levado novamente ao hospital. Segundo a assessoria do artista, Anderson necessita de “orações”.


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Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.