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Fuad associa Engler à ‘transfobia’ e ouve críticas de Duda Salabert em debate na TV Globo

Candidata do PDT ainda questionou envolvimento do atual prefeito com a ditadura militar

Duda Salabert (PDT) e Fuad Noman (PSD) trocaram farpas e críticas durante primeiro bloco no debate da TV Globo

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) e a deputada federal Duda Salabert (PDT) trocaram farpas e críticas durante debate da TV Globo nesta quinta-feira (3). O candidato à reeleição escolheu a parlamentar para terceirizar críticas ao seu adversário, Bruno Engler (PL), a quem acusou de “transfobia”.

“O deputado Bruno Engler tem uma série de projetos transfóbicos e defende que mulheres trans não possam usar banheiro”, disse Fuad Noman a Duda, uma mulher trans. Em seguida, disse que a capital mineira é “inclusiva” e que, em sua gestão fez políticas públicas voltadas à comunidade LGBT.

“Me assusa esta política que o deputado tem apresentado de combater essa população tão importante, como a LGBT”, criticou.

A deputada federal do PDT chamou os projetos citados por Fuad de “espantalhos”, mas que quer resolver “problemas reais” da cidade. Em seguida, criticou o prefeito por ações contra a comunidade LGBT na capital mineira.

“O senhor citou o deputado, mas sancionou uma lei que proíbe pessoas trans a entrarem no banheiro. E mandou retirar os adesivos LGBT do Centro de Referência, que foram criados na gestão Kalil e na sua. Não há nada no orçamento destinado a população LGBT”, criticou.

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Ligação com a ditadura

Na sequência, Duda escolheu Fuad para responder a uma pergunta e questionou sobre sua trajetória profissional. O prefeito disse ter 55 anos de vida pública e que já trabalhou como garçom, no Exército, no Banco Central e em diversos governos.

“Quando os governos têm problema, eles chamam o Fuad para resolver”, disse sobre si mesmo.

Em sua réplica, Duda disse que o prefeito trabalhou no 12º Batalhão de Infantaria do Exército, em Belo Horizonte, um dos locais citados pelo relatório final da Comissão Nacional da Verdade como centros de tortura durante a ditadura militar.

“Ele serviu e trabalhou no Exército de 1965 a 1976, no período duro da ditadura militar. (...) O senhor se arrepende?”, questionou Duda a Fuad.

“Estou impressionado como a mente da nossa candidata consegue navegar por mares tão diversos. Eu era soldado, fui promovido a cabo e, depois, fiz curso de sargento de infantaria. A participação do sargento dentro de um quartel como aquele não tem nada a ver com o que, eventualmente, possa ter acontecido e, se aconteceu, nunca participei, nunca vi. Minha historia é limpa”, disse.

“Se você olhar toda a história da revolução, não vai ver meu nome em lugar nenhum”, disse Fuad, ao se referir ao golpe militar de 1964.


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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.