O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) e a deputada federal Duda Salabert (PDT) trocaram farpas e críticas durante
“O deputado Bruno Engler tem uma série de projetos transfóbicos e defende que mulheres trans não possam usar banheiro”, disse Fuad Noman a Duda, uma mulher trans. Em seguida, disse que a capital mineira é “inclusiva” e que, em sua gestão fez políticas públicas voltadas à comunidade LGBT.
“Me assusa esta política que o deputado tem apresentado de combater essa população tão importante, como a LGBT”, criticou.
A deputada federal do PDT chamou os projetos citados por Fuad de “espantalhos”, mas que quer resolver “problemas reais” da cidade. Em seguida, criticou o prefeito por ações contra a comunidade LGBT na capital mineira.
“O senhor citou o deputado, mas sancionou uma lei que proíbe pessoas trans a entrarem no banheiro. E mandou retirar os adesivos LGBT do Centro de Referência, que foram criados na gestão Kalil e na sua. Não há nada no orçamento destinado a população LGBT”, criticou.
Ligação com a ditadura
Na sequência, Duda escolheu Fuad para responder a uma pergunta e questionou sobre sua trajetória profissional. O prefeito disse ter 55 anos de vida pública e que já trabalhou como garçom, no Exército, no Banco Central e em diversos governos.
“Quando os governos têm problema, eles chamam o Fuad para resolver”, disse sobre si mesmo.
Em sua réplica, Duda disse que o prefeito trabalhou no 12º Batalhão de Infantaria do Exército, em Belo Horizonte, um dos locais citados pelo relatório final da Comissão Nacional da Verdade como centros de tortura durante a ditadura militar.
“Ele serviu e trabalhou no Exército de 1965 a 1976, no período duro da ditadura militar. (...) O senhor se arrepende?”, questionou Duda a Fuad.
“Estou impressionado como a mente da nossa candidata consegue navegar por mares tão diversos. Eu era soldado, fui promovido a cabo e, depois, fiz curso de sargento de infantaria. A participação do sargento dentro de um quartel como aquele não tem nada a ver com o que, eventualmente, possa ter acontecido e, se aconteceu, nunca participei, nunca vi. Minha historia é limpa”, disse.
“Se você olhar toda a história da revolução, não vai ver meu nome em lugar nenhum”, disse Fuad, ao se referir ao golpe militar de 1964.