Os eleitores da Venezuela aprovaram em referendo nesse domingo (3) as medidas propostas pelo presidente Nicolás Maduro para anexar o território de Essequibo, região pertencente à Guiana e rica em petróleo e recursos naturais. Em publicação nas redes sociais nesta segunda-feira (4), Maduro classificou o referendo como ‘histórico’ e afirmou que o país ‘deu os primeiros passos rumo a uma etapa histórica para lutar’ pelo território.
A votação ocorreu dois dias depois da Corte de Haia determinar que a Venezuela não inicie uma ação agressiva contra a região de Essequibo. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) atendia a um pedido feito pela Guiana e reconheceu que a movimentação do governo Maduro constitui uma ameaça à soberania do país.
Diante da disputa, o Ministério da Defesa brasileiro aumentou de 70 para 130 o contingente de militares no patrulhamento na fronteira com a Venezuela, no município de Pacaraima, em Roraima. A pasta chefiada por José Múcio teme que a área fronteiriça seja usada por Maduro para atacar a Guiana.
O conflito pela posse de Essequibo se arrasta há décadas, e a reivindicação da Venezuela contraria uma decisão de 1899 responsável por determinar as fronteiras hoje estabelecidas. A área é rica em recursos naturais e possui reservas de ouro, cobre e diamante, além de reservas de petróleo no mar territorial.