O líder da Maioria no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), cobrou nesta sexta-feira (1) que os líderes partidários façam a indicação dos representantes que irão integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que irá investigar a Braskem, empresa responsável pela exploração de sal-gema, em Maceió. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), realizou a leitura do requerimento de criação da CPI, em outubro, o que permite que o colegiado seja instalado. Renan Calheiros afirmou, pelas redes sociais, que estará em Brasília na semana que vem para cobrar agilidade na instalação da CPI.
Renan Calheiros defendeu a criação de uma instância no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para conduzir os desdobramentos em Maceió. A cidade teve o estado de emergência decretado pela prefeitura, pelo prazo de 180 dias, devido ao risco de colapso de uma mina de exploração de sal-gema, que pode abrir uma cratera gigante. Cerca de 40 mil pessoas, que viviam em cinco bairros, tiveram que deixar as suas casas por medida de segurança. O governo federal reconheceu nesta sexta-feira (1) a situação de emergência na capital alagoana, que corre risco iminente de abertura de crateras.
CPI DA BRASKEM
No requerimento, o senador Renan Calheiros defende a criação de uma CPI para investigar os danos ambientais causados em Maceió pela empresa petroquímica Braskem. O líder da Maioria alega que a Braskem não tem cumprido a reparação devida pelos danos e não tem feito a prestação de contas. Renan Calheiros apontou a necessidade de investigar a solvência da empresa e a distribuição de dividendos entre os acionistas.
A Braskem fazia extração de sal-gema na capital alagoana, nos arredores da Lagoa Mundaú. Desde 2018, bairros próximos às operações vêm registrando danos estruturais em ruas e edifícios. Mais de 14 mil imóveis foram afetados e condenados, e os casos já forçaram a remoção de cerca de 55 mil pessoas da região. As atividades de extração foram encerradas em 2019, mas os danos podem levar anos para se estabilizarem.