Ouvindo...

MPF deve recorrer de decisão da Justiça que negou prisão de agentes da PRF envolvidos em morte de criança

A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi baleada por agentes da PRF, no Rio de Janeiro. A Justiça negou o pedido de prisão, determinando medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica

A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi morta durante operação da Polícia Rodoviária Federal

O Ministério Público Federal (MPF) deve recorrer da decisão da 1ª Vara Federal de Justiça que negou o pedido de prisão dos três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na operação que culminou na morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, no Rio de Janeiro. A menina estava dentro do carro com a família quando foi atingida por um tiro de fuzil na cabeça, disparado por um agente da PRF, durante abordagem no Arco Metropolitano, na cidade de Seropédica, na Baixada Fluminense. A morte foi confirmada no último sábado (16).

A Justiça Federal determinou aos agentes da PRF o cumprimento de medidas cautelares, tais como o uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento mensal em juízo, recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, além do afastamento imediato das funções policiais com o recolhimento das armas.

No pedido de prisão, o MPF detalhou que após a criança ser baleada, os agentes da PRF foram ao hospital onde ela estava internada e, segundo o relato de familiares, vasculharam o carro alvo dos disparos. A tia da menina chegou a relatar que um dos policiais, que não participou da operação, apontou um projétil e disse que ele teria atingido o carro da família.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que dois processos administrativos disciplinares foram instaurados. Um deles vai investigar a conduta dos agentes da PRF na operação, e o outro vai apurar a ida de policiais ao hospital onde a menina estava internada. A Polícia Federal também abriu inquérito para apurar o caso.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.