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Braga Netto tem sigilo quebrado em operação da PF sobre intervenção no RJ

Agentes apuram possíveis irregularidades na compra de coletes balísticos em 2018, à época de intervenção na Segurança Pública fluminense

O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil

O general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente pelo PL na eleição do ano passado, teve o sigilo telefônico quebrado na operação da Polícia Federal (PF) que apura supostas irregularidades na compra de coletes balísticos. Os itens teriam sido adquiridos para o trabalho dos militares que atuaram na intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, em 2018. Braga Netto era o interventor e, portanto, responsável por chefiar a ação.

Nesta terça-feira (12), a PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão no RJ, em Minas Gerais (MG), em São Paulo (SP) e no Distrito Federal (DF). Braga Netto não é alvo de nenhum dos mandados. Apesar disso, segundo apurou a Itatiaia, um dos alvos é um coronel, ex assessor do setor ligado à intervenção federal, e diretamente ligado ao general.

A informação sobre a quebra do sigilo de Braga Netto é da CNN Brasil. Em nota, Braga Netto disse que todas as contratações do gabinete de intervenção “seguiram absolutamente todos os trâmites legais”. Segundo ele, o contrato com a empresa responsável pelos coletes foi suspenso após serem constatadas irregularidades na documentação encaminhada pela fornecedora.

“Os coletes não foram adquiridos ou tampouco entregues. Não houve, portanto, qualquer repasse de recursos à empresa ou irregularidade por parte da Administração Pública. O empenho foi cancelado e o valor total mais a variação cambial foram devolvidos aos cofres do Tesouro Nacional”, lê-se em trecho de nota encaminhada à reportagem.

À CNN, ex-assessores do gabinete montado para amparar a intervenção federal disseram que os coletes não foram recebidos. Segundo eles, o próprio gabinete teria cancelado a licitação para a compra dos materiais porque houve irregularidades no processo.

A transação envolveu a compra de mais de 9 mil coletes. Segundo a Polícia Federal, a operação pode ter tido sobrepreço de R$ 4,6 milhões. O valor global do contrato foi de aproximadamente R$ 40 milhões.

Segundo a CNN, o contrato foi assinado por Francisco de Assis Fernandes, ordenador de despesas do gabinete de intervenção, e ratificado por Braga Netto.

A empresa escolhida para o fornecimento dos coletes é dos Estados Unidos da América (EUA). Há suspeita de de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa. Os crimes teriam sido cometidos por servidores federais brasileiros.

Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.
Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.