O general Gonçalves Dias culpou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) pela falha na segurança pública e na proteção às sedes dos Três Poderes, em Brasília, nos atos antidemocráticos ocorridos no último 8 de Janeiro.
O ministro exonerado do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) depõe à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1 nesta manhã de quinta-feira (31), no Senado Federal. “O consórcio de ações e inações das forças policiais da Polícia Militar do Distrito Federal não foram eficazes”, citou no início de suas declarações na abertura da sessão.
A presença de Gonçalves Dias na CPMI é um desejo antigo da oposição, que sugere omissão do Gabinete de Segurança Institucional e do ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, na proteção à praça dos Três Poderes.
Nas três primeiras horas do depoimento à comissão, G. Dias afirmou que reavaliaria a própria atuação e intensificaria a repressão aos manifestantes se os atos antidemocráticos acontecessem hoje. “Tendo conhecimento agora do que levou às agressões dos vândalos e da ineficiência dos agentes que atuaram no Plano Escudo, seria mais duro que fui na repressão [aos ocorridos em 8 de Janeiro]. Faria diferente. Embora tenha certeza de que enviei todos os esforços que estavam ao meu alcance”, disse.
O Plano Escudo é um protocolo de proteção ao Palácio do Planalto. Gonçalves Dias garantiu que implementou a estratégia para evitar os ataques à sede da presidência da República. “Acionei o Plano Escudo no dia 5 [de janeiro]. O general Feitosa [Carlos Feitosa Rodrigues], o coronel Wanderli [Baptista da Silva Júnior] e o coronel Garcia [André Luiz Garcia Furtado] institucionalizaram e ativaram o Plano Escudo”, disse.
Questionado sobre o porquê das falhas do protocolo, G. Dias respondeu: "é uma pergunta que precisa ser feita para o general Feitosa”. “No dia, eu acionei os soldados do Plano Escudo. Mas, cada vidro quebrado é uma porta de entrada”, disse.
O general depõe desde a manhã de quinta-feira (31), e apesar de estar protegido por um habeas corpus que garante a ele o direito ao silêncio, Gonçalves Dias responde às perguntas dos parlamentares.