Os irmãos Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, dois dos três sócios à frente da 123 Milhas, têm depoimento marcado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras para a próxima terça-feira (29). Eles serão ouvidos 11 dias após o grupo informar aos clientes que as passagens aéreas adquiridas não seriam emitidas, e os valores pagos pelos pacotes devolvidos por meio de vouchers parcelados — contrariando, aliás, o Código de Defesa do Consumidor que prevê a opção de devolução também em dinheiro.
O requerimento para convocação dos irmãos é de autoria do deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ). O parlamentar indicou a hipótese de que os negócios da empresa de viagens possam estar ligados a uma pirâmide financeira, segundo alegou no pedido. “A venda dos pacotes de viagem era feita sem que houvesse nenhum compromisso de arcar com a responsabilidade junto a seus clientes”, declarou.
Relembre. No último 18 de agosto, a 123 Milhas disparou uma nota para os clientes informando que não emitiria as passagens e os pacotes da linha promocional com previsão de embarque entre setembro e dezembro. Na data, a empresa prometeu que devolveria o valor investido em vouchers, que, aliás, poderiam ser usados para a compra de outros produtos. Os ministérios da Justiça e Segurança Pública e do Turismo devem investigar a atuação da empresa e o cancelamento dos serviços negociados para garantir a reparação dos danos aos clientes.
CPI das Pirâmides. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras ouve representantes de empresas ligadas a possíveis fraudes, especialmente ligadas ao uso de criptomoedas. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) detalhou que 11 empresas são suspeitas de realizar fraudes com o uso da moeda digital, atraindo vítimas com a promessa de retorno vantajoso e em curtos períodos.
A CPI deve conduzir coercitivamente o ex-atacante