Com a presença de ministros de Estado e com objetivo de debater o desenvolvimento sustentável, o evento “Diálogos Amazônicos” começa nesta sexta-feira (4) em Belém, no Pará. A programação vai até domingo (6) e será acompanhada, in loco, pela reportagem da Itatiaia. Em plenárias, serão abordados temas como a proteção da Amazônia, mudança do clima e como a região pode se devolver de maneira sustentável.
A programação é uma preparação para Cúpula da Amazônia marcada para a semana que vem, nos dias 8 e 9 de agosto, e terá a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de chefes de Estado de oito países da América do Sul.
Nesta semana, durante café da manhã com jornalistas estrangeiros, Lula afirmou que o encontro será um marco na discussão da questão climática e, quando se fala em clima no eventos internacionais, muito é discutido, mas pouca coisa é concretizada.
“Estou muito otimista, acho que o mundo precisa olhar para essa reunião de Belém como um marco mais importante já feito para discutir a questão do clima. Eu já participei de várias reuniões, muitas vezes se fala, fala e fala, aprova um documento e não acontece nada. Quem cumpriu o acordo de Paris? O acordo de Copenhagen? O protocolo de Kyoto? Ninguém. Você toma uma decisão no nível internacional, mas quem vai consolidar aquilo é o estado nacional e muitas vezes não decide e as coisas não acontecem”, afirmou.
Encontro de países amazônicos
Esta será a quarta reunião da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Além de Lula, são esperados os presidentes da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Lula afirmou que cerca de 5 mil pessoas de movimentos populares também vão participar das discussões e ajudar a elaborar um documento que será assinado pelos oito países.
“Não será um trabalho fácil, muita diversidade, tem que ter muitos grupos trabalhando. Então, vai ter tudo que você possa imaginar de discussão. E vamos tentar pegar tudo isso e ter a capacidade de fazer um documento capaz de ser assinado por oito presidentes da República e se transformar no principal documento da questão climática na COP-28", disse.
O encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir as questões climáticas será em Dubai, nos Emirados Árabes, em novembro deste ano.
Lula também voltou a afirmar que vai cobrar dos países ricos a promessa feita em 2009 sobre a liberação de US$ 100 bilhões para criar um fundo de ajuda à manutenção e preservação da diversidade da floresta Amazônica. Até hoje, segundo o presidente, o repasse não foi feito.
