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Psol planeja ato para defender deputadas ameaçadas de cassação

Partido tem dado apoio a seis mandatárias — duas do PT — contra processos disciplinares que começam a tramitar nesta quarta (2) no Conselho de Ética da Câmara

Eleita por Minas, Célia Xakriabá é alvo de uma das representações feitas pelo PL

O Psol prepara um ato em defesa de quatro deputadas federais do partido alvos de processos disciplinares que vão ser analisados no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.

As ações, movidas contra as parlamentares Célia Xakriabá (MG), Talíria Petrone (RJ), Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bomfim, foram impetradas pelo Partido Liberal (PL) e começarão a ser analisadas nesta quarta-feira (2). A plenária virtual em defesa delas, por sua vez, foi agendada para a segunda-feira (7). As representações podem culminar em cassações.

O evento vai servir para defender, ainda, os mandatos de Juliana Guimarães (PT-SP) e Érika Kokay (PT-DF). Elas também são alvos de representações do PL. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro acusa as seis deputadas de terem chamado de “assassinos” colegas de Legislativo que defenderam o projeto do Marco Temporal.

Nesta quarta, o Conselho de Ética da Câmara deve analisar os pareceres preliminares sobre os casos. A etapa serve para definir se as representações contra as parlamentares seguirão tramitando ou se serão arquivadas.

O Psol tem protestado contra a condução dos casos e, no mês passado, lançou, ao lado do PT, uma campanha para defender as deputadas.

“As representações contra elas foram analisadas em tempo recorde no Conselho de Ética da Câmara, com espaço de menos de um dia entre a apresentação das denúncias individualizadas e os sorteios dos relatores, em 31 de maio”, lê-se em nota divulgada nesta terça-feira (1) no site da direção nacional pessolista.

Lados opostos

Segundo o PL, as deputadas de Psol e PT foram às redes sociais “manchar a honra de diversos deputados” por ocasião de divergências sobre o Marco Temporal.

A tese é contestada pelas parlamentares, que apontam violência de gênero nas representações. “Parlamentar significa direito de falar. Por que não posso falar de genocídio, de etnocídio legislado?”, criticou, em junho, Célia Xakriabá.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.