O parlamentar mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG) e outros oito políticos estão na mira do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Os pedidos de cassação protocolados contra os nove serão discutidos nesta terça-feira (1º) e os pareceres preliminares votados pelo colegiado. Este é o primeiro dia de retorno às atividades após o recesso parlamentar — que em especial na Câmara se estendeu no decorrer de cerca de um mês.
Os partidos ligados à esquerda são alvo da maioria dos pedidos de cassação; são quatro contra deputados do PSOL — dois, aliás, contra a mesma parlamentar, um contra um político do PCdoB e o último contra um filiado ao PT. Entre os alvos está a deputada eleita por Minas Gerais Célia Xakriabá (PSOL).
Em relação à direita, todos os quatro requerimentos de cassação restantes são contrários a deputados do PL; eles são de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso.
Saiba o porquê dos deputados serem alvos de pedidos de cassação na Casa:
Nikolas Ferreira (PL-MG): o deputado é alvo do pedido de cassação protocolado por PT, PSOL, PDT e PSB sob a alegação de quebra de decoro parlamentar pelo
uso de uma peruca loira durante discurso no Dia Internacional da Mulher no plenário da Câmara dos Deputados. As siglas argumentam ainda que o político teceu falas transfóbicas e discriminatórias à ocasião.Eduardo Bolsonaro (PL-SP): o PT ingressou com pedido de cassação do parlamentar após discussão entre Bolsonaro e o deputado Marcon (PT-RS). O partido argumenta que Eduardo xingou e ameaçou o petista.
Carla Zambelli (PL-SP): a representação do PSB contra Zambelli foi protocolada após uma discussão entre a deputada e o parlamentar Duarte (PSB-MA) durante encontro com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB).
José Medeiros (PL-MT): o PT é também o autor do processo contra o deputado mato-grossense por declarações durante a sessão no Dia da Mulher. A sigla alega que Medeiros intimidou a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) e agrediu o deputado Miguel Ângelo (PT-MG).
Márcio Jerry (PCdoB-MA): o deputado é acusado pelo PL de importunação sexual contra a deputada Julia Zanatta (PL-SC). Imagens de câmeras de segurança mostram que o parlamentar se aproximou da deputada, apoiou o corpo contra o dela e colocou o rosto em seu cabelo.
Juliana Cardoso (PT-RS): o PP acusa a petista de quebrar o decoro parlamentar ao classificar como “assassinos” os deputados que se colocaram favoráveis à urgência dos projetos que restringe a demarcação de territórios indígenas.
Talíria Petrone (PSOL-RJ): a representação contra Petrone coube ao PL. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ingressou com o pedido de cassação após a deputada ter acusado o colega Ricardo Salles (PL-SP) de fraudar mapas e ser ligado ao garimpo ilegal.
A deputada do PSOL é acusada em outro processo de cassação movido pelo PL de hostilizar um colega com posição contrária ao marco temporal de terras indígenas.
Célia Xakriabá (PSOL-MG): o PL ingressou com pedido de cassação de Célia Xakriabá por discussão ocorrida durante a sessão de votação do marco temporal de terras indígenas no Plenário da Câmara. O partido acusa a deputada mineira de ofender o colega Zé Trovão (PL-SC), autor do requerimento.
Fernanda Melchiona (PSOL-RS): a autoria do requerimento contra Fernanda Melchiona pertence ao PL. A sigla representou contra a deputada gaúcha por publicar uma fotografia com deputados gaúchos que votaram pelo marco temporal das terras indígenas.
(Com informações da Agência Câmara de Notícias)