A votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados provocou um racha na bancada do Partido Liberal (PL). A briga que começou na reunião presencial do partido com o ex-presidente Jair Bolsonaro, antes da votação, continua nas redes sociais. O desentendimento se deu, basicamente, porque parlamentares bolsonaristas ficaram revoltados com os correligionários que votaram a favor da Reforma Tributária. Foram 20 dos 99, dentre eles os mineiros Samuel Viana, Rosangela Reis e Zé Vitor.
O bate-boca no grupo de WhatsApp começou no domingo (9), o administrador restringiu a postagem apenas para administradores na manhã de segunda (10), mas nas últimas horas, com a reabertura para posts, a guerra recomeçou quando, revoltado como vazamento do “barraco” no grupo, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) disse “uma coisa eu garanto. Esse ataque desproporcional não vai ficar assim. Falar isso e depois vazar pra imprensa é coisa de muleke”.
O deputado Samuel Viana, filho do senador Carlos Viana (Podemos-MG), comparou o PL ao PT e ao PSOL e disse que, por inabilidade política, os bolsonaristas “tomaram uma invertida na CPMI do 8 de janeiro”
PSOL x PL
“Eu considero o PT e o PSOL partidos de esquerda radical. E quando eles votavam todos com unidade contra medidas que o governo Bolsonaro tinha que beneficiaria o Brasil, eu achava uma posição bem extremista, apenas pra sustentar ser um partido de oposição. Mas fazer igual ao PT? Se igualar a isso? A eles? Oposição por oposição porque no passado eles faziam isso? Perdemos uma grande chance de se envolver na matéria da reforma tributária, chamar os setores ligados à direita para que eles apresentassem as necessidades de adaptação no texto, e a oposição ter sido a responsável por um novo texto adequado”, afirmou o parlamentar nas mensagens.
Despreparo
O deputado ainda chamou colegas de despreparados. “Não achava que essa seria a Direita. Achava que seria mais preparada, técnica, mais propositiva e construtiva. Por enquanto continua sendo uma direita bolsonarista: briguenta, agressiva, usando de lacração na internet pra se sustentar, e com isso tomando um coro na política”, escreveu.
CPMI
O deputado citou a CPMI do 8 de janeiro, que nesta terça-feira (11) ouve o ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, Coronel Mauro Cid. “Como eu disse, tomaram a invertida na CPMI do 8 de Janeiro por falta de habilidade política. Perderam a chance de ter trabalhado pelo Brasil na reforma, e com isso penso que saiu menor. Foi muito feio vaiar e criticar o Tarcizio quando ele estava ali expondo o que pensava com ponderação”, disparou.