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Ministério dos Povos Indígenas lamenta pedido de vistas de marco temporal e busca adiar votação no Senado

Paralisação do julgamento do STF já era esperada pela pasta, que quer decisão com Judiciário e tenta ‘ganhar tempo’ no Legislativo

Indígenas acompanharam sessão do STF em que ministro pediu vista do julgamento

O secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, lamentou o pedido de vistas feito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça no julgamento do marco temporal das terras indígenas.

Para o número dois na hierarquia da pasta, os indígenas têm pressa com a decisão. “Enquanto há indefinição, os indígenas ficam sujeitos à violência”, comentou.

A suspensão da análise do caso já era esperada, mas o ministério quer que a definição fique no Supremo. Para a pasta, a matéria é constitucional e, por isso, deveria ser definida pelos ministros da Corte.

Integrantes do ministério tentam “ganhar tempo” para impedir que a medida seja votada no Senado Federal sem passar por comissões e discussões. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já sinalizou que terá cautela com o projeto. A preocupação é com a possibilidade de uma votação em regime de urgência, como aconteceu na Câmara dos Deputados no dia 30 de maio.

Responsabilização do Estado

Antes de Mendonça, Alexandre de Moraes votou contra a tese do marco temporal. Apesar disso, o ministro sinalizou que o Estado precisa indenizar terceiros quando terras precisarem ser devolvidas em demarcações.

O voto de Moraes foi visto como positivo pelo Ministério dos Povos Indígenas, que destacou que entende a visão do ministro como uma “responsabilização do Estado”.

“Essa seria uma terceira via. Primeiro, seria a prevalência de proteção às terras indígenas; depois, o terceiro que se sentir prejudicado poderia recorrer a essa responsabilização”, completou Terena.

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