PF investiga viagem de Anderson Torres à Bahia para planejar bloqueios em rodovias no dia das eleições

Um documento de inteligência do Ministério da Justiça levou a Polícia Federal (PF) a abrir uma investigação contra o ex-ministro Anderson Torres por uma viagem à Bahia às vésperas do segundo turno das eleições do ano passado. Torres está preso desde janeiro, por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes, por omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro.

O objetivo da viagem, segundo o documento, Torres se reuniria com o superintendente da PF no estado para que o órgão auxiliasse nos bloqueios de rodovias feitos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para impedir que eleitores conseguissem votar no dia do segundo turno das eleições.

De acordo com o ministério, Torres tinha um mapa detalhado com os locais onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia vencido no primeiro turno.

Segundo a CNN Brasil, o documento teria sido produzido pela delegada Marília de Alencar, então diretora de inteligência do Ministério da Justiça, e que mais tarde foi nomeada por Torres para um cargo na Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Distrito Federal.

Bloqueios nas rodovias

Ao menos 580 ações de bloqueio em rodovias, sobretudo na região Nordeste, aconteceram durante as votações no dia 30 de outubro de 2022. De acordo com a CNN, o documento elaborado pela delegada da PF serviu para que Anderson Torres pudesse colocar o plano em prática. Ele teria ido à Bahia ao lado do então diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira.