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Após anúncio de greve, Câmara de BH recebe servidores e marca reunião com prefeito

Prefeitura apresentou proposta de 5,9% de reajuste, mas servidores reivindicam 20% de aumento

Câmara de BH vai intermediar negociação salarial entre servidores e prefeitura de BH

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), se reúne com vereadores na próxima segunda-feira (20), para discutir o anúncio de greve do funcionalismo público municipal, marcado para o dia seguinte.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar, compareceu à Câmara de BH e se reuniu com o presidente Gabriel Azevedo (sem partido). O sindicalista pediu intermediação do Legislativo para resolver a questão salarial, principal entrave entre os servidores e a prefeitura, e que levou ao anúncio da greve.

O Sindibel protocolou uma carta em que ressaltou que a Câmara Municipal aprovou um reajuste salarial para os servidores de 10,4% mas que a prefeitura apresentou uma proposta de 5,9% divididos em duas parcelas - que seriam pagas em agosto e dezembro. Os servidores pedem 20% de aumento.

Servidores marcam greve

Insatisfeitos com a proposta de reajuste salarial oferecida pela Prefeitura de Belo Horizonte, servidores municipais aprovaram nesta quinta-feira (16), em assembleia, uma greve com data para começar na próxima terça-feira (21). Os funcionários públicos rejeitaram a proposta apresentada pelo Executivo para reajuste 5,9%.

A Prefeitura de Belo Horizonte diz não ter condições financeiras de arcar com um reajuste de 20% pedido pelos servidores municipais.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar, argumenta que um estudo elaborado pela entidade indica que, já em janeiro, seria preciso um reajuste de 7%. Em junho, esse percentual chegaria a 11% e, em dezembro, por conta da inflação acumulada ao longo do ano, o reajuste seria de 14%.

Somado à inflação esperada para 2024 - ano em que os aumentos salariais para funcionários públicos ficam mais restritos devido às eleições municipais - os servidores apontam a necessidade de um reajuste de 20%.

Prefeitura nega pedido de servidores

A subsecretaria de Gestão de Pessoas da Prefeitura de Belo, Fernanda Neves, afirmou que a proposta apresentada pela PBH respeita a capacidade de cumprir com o pagamento da folha em dia e de honrar com os demais compromissos da prefeitura.

“Esse reajuste solicitado pelo sindicato não é possível. Nos últimos anos, a gente trabalha com um diálogo permanente e deixamos claro que apresentamos a proposta dentro da nossa capacidade de cumprimento dos compromissos com o pagamento da folha em dia e com os fornecedores. Nossa proposta contempla a inflação de 2022. Nosso compromisso é conceder o que é possível e, em outubro, se a receita crescer, a gente retoma a negociação especifica e a proposta”, afirmou.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.