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‘Não vou participar de guerra fria’, diz Lula sobre relação com China e EUA

Presidente brasileiro desembarcou em Brasília na noite deste sábado (11), após visita oficial de dois dias aos Estados Unidos

Lula se encontrou com Joe Biden em segunda visita internacional desde o início de seu terceiro mandato

De volta dos Estados Unidos, onde se reuniu com parlamentares do Partido Democrata, sindicalistas e com o presidente Joe Biden, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não participará de “guerra fria com ninguém” ao citar as relações comerciais com os EUA e a China. O petista tem encontro marcado com o presidente chinês Xi Jinping, na China, no mês que vem.

Em uma publicação em seu perfil oficial no Twitter na noite deste sábado (11), Lula disse que o objetivo de seu governo é aumentar a produção de manufaturados para elevar o crescimento econômico.

Além da relação comercial com China e Estados Unidos - primeiro e segundo maiores destinos das exportações brasileiras - Lula também citou a criação de um bloco entre a União Europeia e a América do Sul, que negociam um amplo acordo há 20 anos e que ainda não saiu do papel.

Na visita aos Estados Unidos, Lula falou com Biden sobre defesa da democracia, combate às desigualdades sociais e a questão climática. O presidente disse, ainda, que o país passou os últimos quatro anos sem fazer um “contato sério” com os Estados Unidos.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apoiou o governo e a reeleição de Donald Trump, que acabou perdendo as eleições e sugeriu, mais de uma vez, que houve fraude no pleito norte-americano, o que acabou afastando a relação entre Brasil e os EUA nos últimos dois anos, quando Joe Biden assumiu o posto.

Rússia x Ucrânia e o ‘clube da paz’

Outro ponto de debate entre Lula e Biden foi a guerra entre Rússia e a Ucrânia. Nas últimas semanas, o presidente brasileiro vem defendendo a ideia de criação de uma espécie de “clube da paz”, para tentar um acordo para chegar ao fim da guerra. Para Lula, Biden “tem a clareza que a guerra tem que parar”

Neste sábado (11), o presidente da França Emmanuel Macron respondeu a uma outra publicação de Lula em que ele disse ter conversado com o francês e o chanceler alemão Olaf Scholz sobre o assunto.

“A paz esteve no centro de nossas discussões em Paris durante a visita histórica do presidente Zelensky, juntamente com o chanceler Scholz. A Ucrânia demonstrou verdadeira coragem ao iniciar esta conversa com seu plano de paz de 10 pontos. Vamos continuar juntos, Lula”, respondeu Macron.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.