Denunciada ao Supremo Tribunal Federal por porte ilegal de arma, a deputada Federal Carla Zambelli admitiu, em entrevista à Itatiaia, nesta quarta-feira (1º), que as invasões às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, podem ter sido parte da “preparação” de um golpe de Estado. Ela pondera, no entanto, que “golpe não aconteceu” e que, por isso, não haveria como responsabilizar integrantes do governo Bolsonaro pela chamada ‘minuta do golpe’, que previa intervenção no TSE.
“Nunca tomei conhecimento desta minuta. Se você pensar mal de alguém, isso é crime? Se escrever para seu marido que não gosta de alguém, isso é crime? O golpe não aconteceu. Não existe crime de algo que não aconteceu. A intenção de fazer algo não é crime. Se houve minuta pode ter havido intenção ou preparação (de golpe), mas a intenção de ver alguma coisa é crime?”, afirma.
Zambelli acredita que o presidente Lula, o ministro da Justiça Flávio Dino e o Gabinete de Segurança Institucional devem ser investigados por supostamente terem retirado seguranças do Palácio do Planalto 48 horas antes da invasão. Para ela, isso foi decisivo para os ataques.
“Se fosse no governo Bolsonaro, e o general Heleno retirasse a segurança do Planalto, a culpa seria do general Heleno, do ministro Anderson Torres e do presidente Bolsonaro. Por isso estou querendo ouvir melhor sobre isso”.
A deputada acredita que é perseguida pelo fato de ter alto engajamento nas redes sociais. “Estou no centro de um ataque ferrenho por conta da votação que eu tive, fui a mulher mais votada do Parlamento. E porque eu tinha um alcance nas redes sociais que era proporcional a 80 deputados. Meu Instagram chegou a alcançar 1 bilhão de pessoas em um mês, era natural que uma pessoa que estivesse muito em evidência acabasse (sofrendo ataques)”.